Famílias saíram da Praça da Revolução e caminharam até a Aleac.
Dia 2 de abril é o Dia Mundial do Autismo.
A funcionária pública Kamila da Rocha, de 30 anos, participa da passeata com o filho João Lucas, de 3 anos. Sem um laudo conclusivo, Kamila conta que descobriu que o filho tinha a doença quando ele tinha 1 ano e 8 meses. A partir de então começou o tratamento com o filho.
Para Kamila, a passeata é uma forma de mobilizar a opinião pública sobre a doença e sobre o tratamento realizado nos portadores. "A passeata é importante para divulgar para as pessoas mais sobre a doença e seus efeitos. É uma luta diária que a gente tem com eles. Então, é bom que as pessoas se conscientizem que existem vários graus da doença e que tem tratamento. Quando eu digo que o João tem autismo, ninguém acredita porque ele parece uma criança normal", revelou.
Mãe de duas crianças, sendo que a mais nova é autista, Gleide Cavalcante, de 38 anos, trouxe os filhos para a passeata com o intuito de conhecer as demais famílias dos portadores e mostrar para a sociedade que a filha pode ser uma criança como as demais.
As famílias que participaram da passeata fazem parte da Associação Família Azul do Acre (Afac). De acordo com o presidente da Afac, Arthur Leite, a associação serve para buscar ajuda para o tratamento e orientar as famílias sobre os cuidados com os portadores. Atualmente, segundo Arthur, existem mais de 11 mil pessoas com o transtorno no estado.
"A Afac começou com um grupo de família na rede social que começaram a trocar informações para se ajudar, amparar quem acabou de receber o laudo, informar sobre os médicos. Auxiliar sobre a doença. Hoje temos 83 famílias no estado, temos todo um trabalho de identificar e ajudar as famílias de baixa renda mostrando os direitos que ela têm, ajudando os pais a procurar medicação, consulta, ajudar com a parte do acesso aos benefícios e principalmente trabalhar a parte de orientação familiar".
"Amanhã é o Dia Mundial do Autismo e como é feriado e não haveria sessão na Aleac, nós antecipamos para hoje nossa passeata. As famílias sofrem todo tipo de preconceito, com laudo médico equivocado, preconceito na escola, desagregação familiar, é um problema que fica escondido. Queremos dar visibilidade para o problema", explica.
Projeto de lei
Além de chamar a atenção da sociedade sobre os portadores de autismo, a passeata realizada pelos familiares foi uma forma de juntar os membros da Afac para participar de um sessão ordinária na Aleac, onde o deputado estadual Daniel Zen apresentou o projeto de lei que protege os direitos da pessoa com autismo.
"Vamos até a Assembleia Legislativa porque o Daniel Zen vai reapresentar o projeto que está parado há três anos. O projeto de política estadual que estabelece direitos à pessoa com autismo e isso infelizmente nunca andou dentro da casa, então, a família azul pediu que o projeto fosse revisado e que tivéssemos o mínimo de política voltada para esse assunto que é tão esquecido", diz.
Segundo o deputado estadual Daniel Zen, o projeto visa proteger aos direitos dos portadores da doença, oferecendo mais um atendimento melhor, com médicos especializados no atendimento e na educação.
" O projeto estabelece uma série de parâmentos e protocolos de atendimento tanto na educação como na saúde e na assistente social. Na educação ele estabelece como será o atendimento e a inclusão da criança com autismo nas classes comuns no ensino regular e o também no atendimento educacional domiciliar. Já na saúde, ele estabelece a necessidade de que o estado designa onde as unidades de saúdes sejam referência no atendimento do portador da doença", diz.
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