SUV 4X4 sai por R$ 175.450 e encara sem esforço estradas e trilhas.
Se o uso for mais urbano ou para ‘desfile’, investimento não compensa.
(Foto: Fábio Gonzales/Divulgação)
Outra característica importante da TrailBlazer é a possibilidade de diversas configurações internas, já que possui três fileiras de bancos. A amplitude no interior do utilitário acomoda de maneira bem confortável qualquer um dos passageiros, mesmo aqueles “sorteados” para os bancos da última fileira.
Especificamente para esse lugar no carro, a altura é boa, acomoda bem pessoas de até 1,75 m, e é bem fácil levantar os bancos — eles ficam “escondidos” no assoalho do carro. Só não vá esperar o conforto de um sedã no quesito “chacoalhar”. Como em uma van, quem fica na última fileira de bancos sofre com as trepidações, especialmente quando a estrada é de terra.
De acordo com a GM, os designers tiveram o trabalho de levantar as segunda e terceira fileiras de assentos, sem sacrificar o espaço para a cabeça. A ideia era deixar os bancos como se fosse os de um teatro, permitindo melhor visibilidade para todos os ocupantes.
Quando todos os assentos são rebatidos, o SUV tem capacidade para 1.830 litros de carga.
Em relação à climatização , o sistema oferecido no Trailblazer possui controle eletrônico de temperatura, além de uma unidade de controle adicional para os passageiros dos bancos traseiros. Um controle de intensidade do ar-condicionado foi instalado na parte traseira do teto, juntamente com quatro saídas de ar.
(Foto: Fábio Gonzales/Divulgação)
Todos os itens de segurança e de conforto tornam o SUV ideal para quem vai passar horas em uma estrada, seja de asfalto ou de terra. Diferentemente de rivais como o Range Rover Evoque, a TrailBlazer não é um carro versátil. Ela foi feita mesmo para estradas. Além das medidas generosas — que não combinam em nada com estacionamentos e garagens apertadas ou mesmo com ziguezagues no trânsito —, ele é o típico modelo feito para fazendeiros que moram mesmo no perímetro rural ou que levam a família para passar feriados e férias inteiras em suas propriedades.
Também é o carro com perfil para aqueles que têm pique de se aventurar com a família (há espaço para sete pessoas) por viagens rústicas pelo país, como sair de São Paulo e ir até o deserto do Jalapão sem medo de ser feliz. Resumindo, o TrailBlazer pede buraco e lama. Por isso, a aposta da GM é de que 80% das vendas do modelo seja da versão a diesel. A meta da montadora, aliás, é comercializar de 350 a 400 unidades por mês.
(Foto: Fábio Gonzales/Divulgação)
O G1 avaliou a versão a diesel do modelo por um trajeto de 230 quilômetros entre São Paulo e Mairinque, no interior do estado. Fugindo do incômodo do trânsito de São Paulo, que chega a ser intolerável dentro de um carro desse tamanho, no trecho da rodovia Castelo Branco o SUV se comportou muito bem. As trocas de marchas são suaves, as ultrapassagens e retomadas são feitas de maneira tranquila pelo potente motor e, nas curvas, a suspensão e os sistemas eletrônicos garantem estabilidade e confiança no carro por quem está ao volante — na antiga Blazer não era bem assim.
No caso, apenas o isolamento acústico deixou a desejar, no chacoalhar do off-road, principalmente. Dá para ouvir bem túneis de vento e mesmo o movimento das rodas.
Na hora de encarar os trechos off-road, que no teste variavam do grau fácil ao grau médio de dificuldade (no primeiro, um Gol passa; no segundo, ter sistema 4X4 ajuda bastante, mas um carro mais resistente com tração dianteira mesmo também passa), o modelo mostrou que é bruto e encara buraco, lama e pedra sem titubear. A Trailblazer é equipado com tração integral em qualquer uma das versões. Ela tem ângulos de ataque de 30° e 22° de saída, e 23,2 centímetros de altura em relação ao solo.
Com a 4X4 reduzida e o sistema de auxílio de descida é muito fácil ultrapassar os obstáculos encontrados normalmente naquelas típicas trilhas mal feitas, abertas no meio de fazendas, matas e reservas ecológicas. Destaque também para a posição de dirigir, alta como a da S10, que garante boa visibilidade e sensação de domínio sobre o carro.
(Foto: Fábio Gonzales/Divulgação)
Como a cabine é um ambiente onde o motorista terá de conviver por horas, os detalhes tão pequenos entre os dois começam a aparecer na primeira viagem. O que faz despertar a dúvida sobre o investimento de R$ 175.450 é o acabamento interno. O interior recebeu detalhes que até superam a S10 LTZ, mas o uso de plásticos bem “ok”, com algumas rebarbas à vista, decepciona. Especialmente quando você puxa os porta-copo embutidos no painel ou abre o compartimento entre os dois bancos que, no mínimo, deveria oferecer uma geladeirinha. Ao contrário, é abrir o porta-treco que nem dá vontade de colocar uma bolacha sequer.
Os bancos claros são bem bonitos e ampliam o ambiente. Por outro lado, embora seja fácil limpar assentos de couro, entrar no carro com calça jeans suja de barro vermelho (bem brasileiro) e botas cheias de lama não é uma boa ideia.
Conclusão
O investimento no TrailBlazer tem que justificar o seu uso. Se a ideia é desfilar na cidade, o design delicado de alguns concorrentes é o mais indicado. No entanto, se o interesse mesmo é ter uma segunda casa para encarar horas de estradas e trechos bem acidentados, o modelo vai atender totalmente tais expectativas. E, na ponta do lápis, se a rede de concessionárias GM seguir a tradição de ter revisões e peças mais em conta do que japoneses e ingleses, o retorno fará diferença. Os preços de manutenção ainda não foram divulgados.
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