Modelo chega por R$ 30.990 e traz motor e ar-condicionado valentes.
Instabilidade, câmbio e pedal molenga desanimam ao acelerar.
(Foto: Divulgação)
Por outro lado, ele já nasce com o futuro comprometido: quando o Jac brasileiro estrear no fim de 2014, a chance de o J2 não ser mais importado é enorme. “Vai depender de como o novo carro vai entrar em concorrência”, diz Habib.
Mesmo com o risco de viver por pouco mais de 2 anos no mercado nacional, a Jac investiu bastante no carro e fez diversas mudanças para o compacto ficar superior ao modelo vendido na China. Design, motor, itens de série, revestimento interno, quadro de instrumentos, materiais para isolamento acústico, coxins, câmbio, direção elétrica, suspensão, freio, rodas, sistema de escape, bancos: tudo foi mudado. Só os faróis são os mesmos na China.
quer ser moderno (Foto: Divulgação)
O J2 tem proposta semelhante a de compactos diferentes como o Fiat 500 – seu desenho foi criado, inclusive, por um estúdio italiano. É pequeno, tem visual descolado e é recheado de itens de série. A própria montadora aponta o 500 como um concorrente. Mas para ter seu diferencial nesse nicho, a chinesa aposta em preço e na antítese do “retrô”.
Diferentemente do compacto charmoso da Fiat, a Jac quis um carro com as linhas mais modernas possíveis. Destaque para grade e pára-choque dianteiros e para as lanternas. Internamente, esse apelo ganha peso maior. O console central tem fibra de carbono nos detalhes e linhas circulares (influências dos modelos da Mini, pelo jeito). No quadro de instrumentos, a iluminação indireta é azul.
Há ainda espaço suficiente para abrigar motorista e mais três passageiros confortavelmente (o carro tem quatro portas). A Jac diz que o modelo tem capacidade para levar 5 pessoas com conforto, mas não é bem assim. Dá para rodar com o carro cheio, mas não há folga para se esticar muito, dependendo do tamanho das pessoas. Mas acomoda muito bem quem tem estatura alta. O J2 tem a vantagem da altura, 1,47 m (ele é 1 cm mais alto do que o J3), quesito que o Fiat 500, por exemplo, perde.
Já o porta-malas não é grande coisa – tem capacidade para 121 litros —, mas os bancos podem ser rebatidos, o que reserva mais espaço caso não vá ninguém no banco de trás.
Motor animado e dança aos 100 km/h
O G1 avaliou o J2 por trechos urbanos e estradas que ligam Salvador ao município de Mata de São João, na Bahia. Não precisa andar muito para sentir pontos positivos e negativos do carro. Ao engatar, o câmbio mostra encaixes pouco precisos, o que incomoda na troca de marchas até achar o “jeitão do carro”.
(Foto: Divulgação)
Surpreendente mesmo é o motor. Ele supera as expectativas e mostra que tem talento para conduzir o carrinho com esperteza. O propulsor que equipa o J2 no Brasil é o 1.4 VVT 16V (na China é 1.0) de 108 cavalos de potência a 6.000 rpm e 13,8 kgfm de torque a 4.500 rpm. Acelerações, ultrapassagens e retomadas são feitas tranquilamente. É um carro leve, fácil de manobrar – a direção elétrica é bem confortável e precisa — e não faz feio na estrada.
O problema é que o resto do corpo do J2 não aguenta a pulsação de seu coração. A 100 km/h já se sente o carro balançar, o que obriga o motorista a corrigir o tempo todo a direção. Qualquer corredor de vento e desnível no solo deixa o motorista inseguro. Fazer curvas também sempre exige que o pé se afaste do acelerador. A suspensão do J2 é mole demais e, assim, sua estrutura não aguenta fortes emoções.
(Foto: Divulgação)
O ex-presidente Lula falou em 2010 que “as pessoas estão trocando jegue por motocicleta” no Nordeste. A Jac traz agora o argumento para elas trocarem as motos por um ar-condicionado com quatro rodas e um volante.
Muitas características antes bem criticadas nos carros chineses começam a ser superadas, como desempenho e acabamento. Outros pontos continuam bem críticos, como a falta de estabilidade. Mesmo assim, para quem precisa de um carro urbano, a quantidade de itens de série disponíveis – o que inclui ABS e airbags — aliada ao preço ainda competitivo (mesmo com o IPI mais alto) torna o J2 uma opção a ser considerada, especialmente por quem compra o primeiro carro.
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