Monitoramento de agrotóxicos é feito manualmente em Mato Grosso

Indea diz que novo programa já foi solicitado para a Cepromat
Recolhimento de embalagens vazias não é afetado, diz Inpev

Vivian Lessa Do G1 MT

Recolhimento de embalagens vazias aumentou 5%
(Foto: Reprodução/TVCA)

Em Mato Grosso, o controle da compra e venda dos agrotóxicos e a destinação das embalagens vazias para reciclagem ou incineração é feito manualmente há oito meses. O sistema informatizado e online, executado pelo Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea), foi suspenso em março quando foi finalizado o contrato da empresa responsável pelo serviço.
Desde então, segundo o presidente do Indea, Jurandir Ribas, o procedimento é feito por meio de relatórios. Segundo ele, já foi solicitado ao Centro de Processamento de Dados do Estado de Mato Grosso (Cepromat) um outro sistema para agilizar o serviço. Ele conta que a empresa que elaborou o antigo programa de controle dos agrotóxicos não atendeu as necessidades do órgão e que por isso o contrato foi encerrado.
O presidente do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev), João César Rando, afirma que a contagem de embalagens vazias retiradas no campo não é afetada, já que o Inpev tem um sistema independente. Conforme ele, é possível saber tudo o que foi comercializado e destinado para reciclagem ou incineração. Rando diz que deveria haver um processo interligado para cruzar informações entre o Indea e o Inpev. "Só não sei dizer se está funcionando da forma que foi proposto".

Para o representante do Conselho Estadual das Associações de Revendas de Produtos Agropecuários de Mato Grosso (Cearpa), Roberto Mota, o sistema de monitoramente do uso de agrotóxicos no estado deve ser tratado como algo prioritário. "O assunto é muito delicado e o sistema manual poderia prejudicar o acesso às informações". O revendedor afirma que, por enquanto, não sentiu os efeitos da modificação no sistema de informação do uso de agrotóxicos.
Dados
Foram reciclados 19,5 milhões de toneladas de materiais usados pelos produtores no campo neste ano, ante a 18,6 milhões de toneladas em 2011. A diferença é de quase 5%. Mato Grosso é o estado que lidera a devolução dos recipientes, com 5,1 milhões de toneladas, seguido por Paraná, com 2,3 milhões de toneladas, e São Paulo com 2,3 milhões de toneladas.