Moradores aproveitam para faturar com a chegada dos visitantes.
Pacotes turísticos chegam a custar R$ 1500.
Alter do Chão fica a 32km de Santarém, no oeste do
Pará. (Foto: Ingo Müller/G1)
O movimento de turistas é excelente para os moradores da vila, que
aproveitam para faturar com o comércio e prestação de serviços. O
principal exemplo pode ser encontrado nas margens do rio Tapajós, onde
barqueiros oferecem travessias para até quatro pessoas por R$ 3, levando
os turistas para Ilha do Amor, cartão postal da cidade que só pode ser
acessado nos meses em que a Maré está bem baixa. A viagem é bastante
curta, permitindo que os remadores façam diversas travessias por dia. E
demanda é o que não falta.Pará. (Foto: Ingo Müller/G1)
Da vila, também é possível fazer outros passeios de barco, explorando o rio para descobrir praias quase desertas, perfeitas para o banho. A 37 km de Santarém, vivem apenas 16 comunidades ribeirinhas, que mantém a natureza intocada. Por conta disso, ao longo do rio é possível se deparar com o habitante mais ilustre do Tapajós: o boto, espécie de golfinho de água doce. “O tucuxi (boto cinza) mede dois metros, mas o boto rosa pode chegar a três”, explica “seu”Jair, barqueiro que trabalha no Tapajós. “Eles comem entre 6 e 8 quilos de peixe por dia, por isso são tão grandes”, completa.
Moradores da vila aproveitam a chegada dos turistas para faturar com o comércio e prestação de serviços. (Foto: Ingo Müller/G1)
O boto, aliás, é um dos símbolos da vila. Durante o Sairé, a comunidade
acompanha apresentações folclóricas de dois grupos, um representando o
tucuxi e outro, o cor de rosa. As agremiações encenam a lenda do boto,
história do folclore amazônico em que o animal pode assumir forma humana
para seduzir mulheres nas festas.A sedução do boto também é explorada pelo comércio. Carlos Carvalho trabalha na vila vendendo botos de pelúcia. Para ele, a lenda trás um significado especial ao produto. “Esse boto é encantado. O cara que der um boto desse para uma mulher, não fica desacompanhado”, explica o vendedor.
O vendedor Carlos Carvalho diz que a lenda trás um significado especial ao produto. (Foto: Ingo Müller/G1)
Setor hoteleiro lucra com a venda de pacotesMas não é só o comércio informal que se benéfica do festival. Nos hotéis da vila, a ocupação chega a 100%. “É o melhor período do ano. À partir de julho, cobramos diárias de R$ 153, mas no Sairé, fechamos pacotes com valores entre R$ 1.200 e R$ 1.500”, explica o gerente Pedro Pereira, que garante não ter problemas para ocupar vagas nesta época do ano. “eu tenho 30 quartos, estão todos ocupados. Se tivesse 50, também estariam lotados”, revela.
Apesar do grande fluxo de turistas, há quem não aprecie o festival. Romulo Sampaio, dono de uma pousada em Alter do Chão, explica que não são todos os visitantes que gostam da vila nesta época do ano. “O perfil do público da pousada é de pessoas que preferem tranquilidade, que querem estar emAlter do Chao sem grande movimento, por isso a maioria dos pedidos de reserva que eu recebo é para depois do festival”, esclarece.
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