Essas
condições afetam cerca 1,4 milhões de pessoas no Brasil atualmente e,
com o envelhecimento populacional e o crescimento de casos de diabetes
no país, a previsão é de que esse número chegue a 1,7 milhão nos
próximos cinco anos.
Segundo o levantamento, quase
um terço dos entrevistados revela que já desistiu do tratamento em
algum momento, o que pode acarretar em piora dos sintomas e na evolução
clínica da doença, segundo a oftalmologista Patricia Kakizaki,
especialista em Retina Clínica e Cirúrgica pela Universidade Federal de
São Paulo (UNIFESP). “A DMRI e o EMD são condições que afetam a área
central da retina - a mácula, responsável pela nitidez da visão - e
prejudicam atividades de rotina como dirigir, ler ou até fazer compras
no supermercado. O tratamento pode exigir a aplicação de injeções
intravítreas (dentro do olho) até uma vez por mês, representando um peso
grande para os pacientes e familiares”, explica a médica.
Quase
metade dos pacientes (45%) declarou ter grave perda de visão no momento
da entrevista, com impactos profundos no dia a dia. Ainda
segundo a Dra. Kakizaki, o diagnóstico tardio e a falta de adesão ao
tratamento são possíveis explicações para esse cenário, mas a medicina
têm procurado alternativas para melhorar a visão e a qualidade de vida
desses pacientes. “Hoje, estamos acompanhando o desenvolvimento de
inovações capazes de impedir a progressão dessas doenças, estabilizando
ou muitas vezes até melhorando a visão dos pacientes, além de
proporcionar mais comodidade, diminuindo a frequência do tratamento e a
necessidade de deslocamento até os consultórios e as clínicas”, detalha a
especialista.
O estudo também aponta outros aspectos que foram afetados na vida dos pacientes, como condição financeira e saúde mental:
6 em cada 10 pacientes tiveram impactos financeiros importantes no
cotidiano, e quase metade (47%) declaram que têm, tiveram ou gostariam
de ter apoio psicológico para lidar com a condição. Além disso, 72% dos pacientes convivem com outras doenças, como diabetes (que pode causar o EMD), hipertensão, condições renais, hipotireiodismo, artrose, entre outras.
“A
ciência investe em pesquisa para desenvolver soluções que melhorem a
perspectiva para os cuidados e o controle das doenças da retina, na
mesma velocidade em que mira a busca por cuidados mais cômodos e uma
melhor experiência para o paciente”, afirma Michelle França, líder
médica da Roche Farma Brasil. “Almejamos um futuro no qual o controle e o
convívio com condições oculares tenham o menor impacto possível na vida
desses pacientes”, conclui.
O
levantamento ouviu 155 pessoas de todas as regiões do país para
entender a percepção dos pacientes sobre a doença, o processo de
reabilitação, a situação atual de qualidade de vida e as principais
mudanças que o convívio com a condição têm causado. 65% dos
entrevistados são mulheres, a maioria (59%) com 60 anos ou mais. Cerca
de um terço dos pacientes estavam em tratamento pelo Sistema Único de
Saúde (SUS) no momento da entrevista.
Retina Brasil
Maria
Antonieta Leopoldi, vice-presidente da Retina Brasil: A pesquisa trouxe
muitas informações que apontam para a necessidade de melhorar o
atendimento ao paciente que tem urgência de ser tratado, sob pena de
perda da visão.
Continuando
a comentar a pesquisa, Maria Antonieta Leopoldi falou da importância de
se combinar o tratamento da DMRI ou EMD com apoio psicológico, que
contribui para a continuidade do tratamento e a estabilização da
condição ocular. Muitos respondentes assinalaram o impacto que a
pandemia do covid trouxe na suspensão do tratamento e na perda da visão.
Outros fatores que implicaram na suspensão do tratamento com injeções
foram doenças graves, depressão e alto custo do tratamento para o
paciente que não encontra acolhimento no SUS e tenta se tratar com plano
de saúde.
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