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domingo, 13 de abril de 2025

“Leitura Sensorial” expõe 25 livros-objeto multissensoriais na Galeria da Faculdade de Artes Visuais

 

“Leitura Sensorial” expõe 25 livros-objeto multissensoriais na Galeria da Faculdade de Artes Visuais

Até o próximo dia 29, a Mostra fará com que os visitantes ampliem as possibilidades de leitura a partir da experiência tátil


A Galeria da Faculdade de Artes Visuais da PUC-Campinas, localizada no prédio H07 do Campus I, está recebendo, desde a última segunda-feira, dia 7 de abril, a exposição “Leitura Sensorial”, da artista visual Mozileide Neri. A mostra, que conta com classificação indicativa livre, segue até o próximo dia 29 deste mês, estando aberta sempre das 19h às 21h.


São 25 livros-objeto multissensoriais que podem ser tocados e, a partir da experiência tátil, o visitante poderá ampliar as possibilidades de leitura em relação às sensações visuais, olfativas e auditivas.


O texto curatorial e as fichas técnicas de cada objeto contam com fonte ampliada e possibilidade de leitura em braille. Um QR code dá acesso a um vídeo com audiodescrição e tradução em Língua Brasileira de Sinais (Libras) sobre o processo criativo das obras e sobre a principal referência da pesquisa, a pintora e escultora mineira Lygia Clark.


A artista, falecida em 1988, acreditava que arte e terapia psicológica andam de mãos dadas. Com base em objetos manuseáveis que criava ou recolhia da natureza, ela acreditava em poder curar “os males da alma” através de um método terapêutico chamado "Estruturação do Self", que consistia em sessões de interação com objetos estimulantes.


Sobre essa influência, Mozileide diz que “Lygia nos provoca a elaborar uma aproximação entre o público e o objeto artístico, criar um diálogo entre eles, uma troca, quebrar as distâncias. O toque é permitido para que a sensorialidade seja exercitada sem pressa. Lygia é pura inspiração quando diz ‘que a arte deveria ser uma experiência sensorial e emocional’. O visual deixa de ser o foco. Ver é além do olhar, é também perceber os detalhes com as pontas dos dedos”.


Estreia em Campinas

É a primeira vez que a exposição acontece em Campinas. Anteriormente, ela passou pelas cidades do Rio de Janeiro (RJ), na qual a artista reside, e também por Florianópolis (SC), Jataí (GO), Recife (PE) e Uberaba (MG).


Mozileide explica que são, aproximadamente, sessenta obras que se revezam entre séries de 25 a trinta por exposição, com diversos tipos de texturas, sendo algumas delas sonoras e outras com aromas.


“A ideia inicial é de que os livros-objeto sejam manipulados por pessoas com e sem deficiência visual, ou seja, todos podem tocá-los. Enquanto o toque ativa as obras sonoras, as obras com perfurações circulares são olfativas, tendo como objetivo o de despertar a memória sobre aquele cheiro percebido. Cada livro-objeto tem as suas possibilidades de leitura, fruição e percepção. O público é livre para investigá-los”, comenta a expositora.


Desprender-se

Todas as obras da exposição foram construídas com o mesmo suporte: o livro. No entanto, segundo a artista visual, é sugerido que o público visitante se desprenda do “conceito funcional do livro”. Ela diz que esse “é o maior desafio do projeto”.


“Os livros-objeto são lidos de outra forma, sem folhear, sem abrir, nem fechar. O conteúdo está exposto, aberto à investigação. Três obras foram nomeadas de ‘jogo’, uma interatividade que requer paciência e persistência. Esses livros-objeto querem mais contato com o público. Querem incentivar a brincadeira”, esclarece Mozileide.


Possibilidade de trocas riquíssimas

A artista comenta que quando leu o edital da Galeria da Faculdade de Artes Visuais da PUC-Campinas, logo se interessou. “Acredito que as instituições de ensino, públicas e privadas, são potências que possibilitam trocas riquíssimas. Os discentes de todos os cursos são todos bem-vindos a esse compartilhamento de ideias sobre arte contemporânea, acessibilidade cultural e leitura de imagens. A universidade é um lugar multidisciplinar e a exposição ‘Leitura Sensorial’ incentiva a equidade e a não segregação da diferença. Pessoas cegas, com baixa visão, neurodivergentes ou sem deficiência podem estar juntas, acessando o mesmo espaço e as mesmas obras”, esclarece.


Ela encerra dizendo que para quem nunca realizou uma experiência tátil antes, “é importante dizer que há instruções básicas fixadas dentro da Galeria, havendo um QR code que dá acesso a um vídeo com audiodescrição e Libras sobre a exposição”.


Privilégio de receber a exposição

De acordo com o diretor da Faculdade de Artes Visuais, Prof. Dr. Victor Kraide Corte Real, a Galeria de Artes Visuais da PUC-Campinas recebe regularmente exposições que visam proporcionar “a valorização da arte e oferecer à comunidade interna e externa a oportunidade de ter contato com diferentes linguagens e poéticas”.


Ele diz ainda que a exposição “Leitura Sensorial”, convida o público a “tocar, manusear, ouvir e até mesmo cheirar as obras criadas pela artista Mozileide Neri, além de discutir e contemplar questões de inclusão e de acessibilidade, sendo um privilégio receber aqui na Universidade uma mostra com esse grau de sensibilidade e de relevância”.


Anualmente, de acordo com o diretor, o curso de Artes Visuais publica um edital de seleção de projetos de exposição para a Galeria e as propostas são analisadas por uma comissão julgadora, que também define o cronograma de exposições para o ano seguinte. “No caso de Mozileide, ela submeteu uma proposta quando o edital foi aberto no ano passado, participou de todo o processo e foi selecionada pela comissão. Agora, a sua exposição, que conta com classificação livre, está aberta a todo público até o próximo dia 29. Eu convido todos a conferi-la, pois vale muito a pena”.

Assessoria de Imprensa PUC-Campinas

Mais informações com Daniel Rocha

Tel: +55 19 3343-7147 ou +55 19 99221-8085

E-mail: daniel.bertagnoli@puc-campinas.edu.br

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