MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

Nova indústria: plano do governo traz esperança

 


Nova indústria: plano do governo traz esperança

A ABIFINA e todos seus associados celebram o programa do governo federal,

pois significa a revitalização da indústria nacional, mas sinaliza sobre a necessidade

de maiores esclarecimentos quanto ao direcionamento dos recursos a ser investido

 

O Programa Nova Indústria Brasil foi muito bem recebido pelas entidades de classe que compõem o Complexo Industrial da Química Fina (CIQF), já que surge como uma luz no fim do túnel após décadas de um processo de desindustrialização que levou o país a um atraso em termos de inovação e produção própria. Com as ousadas metas e recursos anunciados será possível avanços significativos, porém é preciso um pouco mais de detalhamento quanto a distribuição do investimento, justamente para cada cadeia produtiva absorver as mudanças a serem realizadas. O alerta é da Associação Brasileira das Indústrias da Química Fina, Biotecnologia e suas Especialidades – ABIFINA.

Segundo o presidente executivo da entidade, Antônio Bezerra, são várias as frentes a serem consideradas e no caso da química fina os Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs), as patentes, a regulação sanitária e o poder de compra do estado são fatores primordiais para o avanço da produção nacional. Ele explica, por exemplo, que, atualmente, produzimos 10% dos IFAs que atendem a demanda doméstica, o que significa que não estamos partindo do zero, porém, com investimento e políticas públicas direcionadas, certamente esse percentual pode ser ampliado. “Ficou clara na pandemia a nossa dependência de IFAs do exterior, porém, de acordo com o investimento podemos aumentar a capacidade atual e se pensarmos além, em médio e longo prazo, termos infraestrutura para diminuir a nossa vulnerabilidade sanitária”, afirma o presidente, destacando que, em se tratando do produto farmacêutico final, a indústria farmacêutica brasileira já é responsável por atender cerca de 70% da demanda nacional.

Outro fator que ele aponta é em relação a patentes e a regulação sanitária. Recentemente a Anvisa estabeleceu, através da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 831, novas regras relativas às bulas de genéricos e similares. Agora, as bulas poderão ser diferentes das de padrão (dos medicamentos de referência), desde que estejam de acordo com as características farmacotécnicas aprovadas no registro sanitário. Trata-se de uma decisão acertada e que dará mais competitividade e segurança jurídica, além de auxiliar na convergência regulatória internacional para o tratamento dado às bulas dos medicamentos genéricos e similares no mercado. “A modernização e fortalecimento do INPI e da Anvisa é fundamental para o mercado e toda a cadeia produtiva, além disso traz, sobretudo, maior segurança para a indústria local”, sinaliza.

Por fim, o terceiro ponto de maior relevância sinalizado pelo presidente da ABIFINA é o poder de compra do estado, um instrumento de fomento de alto valor para as empresas nacionais e que vai de encontro ao Programa Nova Indústria. “Com uma demanda maior (compra do estado), produzimos mais, vendemos mais e, assim, a indústria nacional se fortalece e, consequentemente possibilita maior acesso da população a medicamentos de toda ordem, atendendo, sobretudo, os brasileiros usuários do Sistema Único de Saúde (SUS)”.

Para finalizar, Bezerra alerta que a política de financiamento do BNDES, EMBRAPII e FINEP, da ordem de R$ 300 bilhões anunciada pelo Programa, é fundamental, mas, precisa ser muito bem alinhada e direcionada para que o desenvolvimento dos variados setores da cadeia da química fina seja muito bem ajustado, com investimentos muito bem definidos, considerando essencialmente, inovação e tecnologia. “A indústria local aguarda há anos a criação de uma política industrial para o setor. No caso da química fina, podemos afirmar que os investimentos podem levar o país a uma produção, seja de insumos, seja de medicamentos prontos, que diminua nossa dependência e atenda toda a nação brasileira”, prevê Bezerra, concluindo que as pessoas acabam esquecendo, porém a possibilidade de pandemias é uma realidade que não pode ser descartada e o país precisa estar preparado.


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