Rosana Hessel
Correio Braziliense
A balança comercial brasileira registrou superavit de US$ 10,349 bilhões, em abril, dado 67,9% superior ao registrado no mesmo mês de 2020, conforme dados do Ministério da Economia divulgados nesta segunda-feira (03/05). É um recorde histórico para os mês de abril e para todos os dados mensais da série, de acordo com o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior da pasta, Herlon Brandão.
O recorde mensal anterior era de junho de 2020, de US$ 7,6 bilhões. Esse saldo recorde foi resultado do aumento de 50,5% nas exportações na comparação com abril de 2020, para US$ 26,481 bilhões, com média diária de US$ 1,3 bilhão, superando também o resultado recorde da série histórica, iniciada em 1997, e registrado anteriormente em agosto de 2011, segundo Brandão.
IMPORTAÇÕES TAMBÉM AUMENTAM – Enquanto isso, as importações avançaram 41,1%, na mesma base de comparação, para US$ 16,132 bilhões, com média diária de US$ 860,6 milhões.
“O bom resultado nas exportações com destaque para o crescimento de quantidade e de preços de produtos embarcados, com destaque para produtos agropecuários, que foram os principais destaques e do minério de ferro”, disse Brandão. Ele lembrou que, no caso do minério de ferro, houve aumento de 90% no preço internacional, o que contribuiu para a alta de 105,8% no valor exportado. “Mas temos também a indústria da transformação com aumento na quantidade de preço, com destaques para produtos combustíveis, carnes, veículos e aeronaves”, acrescentou. Do lado das importações, ele destacou que insumos ficaram entre os destaques das importações, como adubos e fertilizantes, partes e peças de automóveis, medicamentos e produtos farmacêuticos.
CHINA, MAIOR PARCEIRO – A China continua sendo o maior parceiro comercial brasileiro, com participação de 34,6% das exportações brasileiras em abril, acima dos 32% computados em 2020. Já a participação da União Europeia encolheu de 14,5% para 13,2% no mesmo período. Estados Unidos também apresentaram queda na participação, de 10,6% para 9,6%. A fatia da Argentina teve aumento de 4% para 4,3%, mas as bases continuam baixas, segundo o técnico.
“Os países da Ásia continuaram a comprar mais produtos brasileiros e há um crescimento sobre uma base elevada e com grande efeito sobre o aumento dos preços das commodities. Já para os outros países, como Argentina, Estados Unidos e União Europeia, houve crescimento, mas sobre bases mais baixas”, afirmou Brandão.
CRESCIMENTO GENERALIZADO – De acordo com o subsecretário, foi observado crescimento na exportação brasileira, tanto no mês quanto no acumulado, para Estados Unidos e União Europeia.
“A redução da participação na pauta de exportação dos primeiros meses do ano está relacionada ao aumento das exportações para a Ásia superior ao crescimento para essas regiões. O aumento da participação sobretudo da China é consequência de sua demanda aquecida. Observamos que o Produto Interno Bruto (PIB) do país asiático cresceu 18% no primeiro trimestre do ano”, acrescentou. Apenas nos embarques de soja, a China respondeu por quase 70%”, disse Herlon Brandão.
No acumulado do ano, as exportações aumentaram 26,6%, na comparação com o mesmo período de 2020, somando US$ 82,1 bilhões, o maior volume da série Já as importações cresceram 14% no mesmo intervalo, somando US$ 63,9 bilhões.
SUPERÁVIT EM ALTA – O superavit comercial de janeiro a abril somou R$ 18,257 bilhões, aumento de 103,9% sobre o volume registrado no mesmo intervalor de 2020. Somente abril representou 56,68% desse saldo que foi o segundo maior para o quadrimestre da história, superando o anterior, de 2017.
Os dados da balança de abril contemplam a atualização da metodologia da série e, de acordo com Brandão, o governo manteve a projeção de superavit comercial de US$ 89,4 bilhões projetado no início de abril.
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