Não adianta vencer o coronavírus se não houver mais indústria nem
comércio, nem transporte, nem escolas, nem emprego para as pessoas. J.
R. Guzzo, via Metrópoles:
Nenhum país, governo ou população, em todo o mundo, vai ganhar a guerra contra o coronavírus. A razão é muito simples: não vão ganhar porque já perderam.
As medidas que governos, empresas privadas, organizações civis de
todos os tipos e quem quer que mande em alguma coisa já tomaram, estão
tomando e ainda vão tomar para combater a epidemia acabarão causando
mais destruição que o próprio vírus. Já não tem volta, do jeito que
está. Daqui para adiante, tende a ficar pior.
Essa destruição está acontecendo no que se chama, em grandes linhas, “a economia”.
Mas é muito mais que isso. Não completamos ainda o mês de março e a
crise já está aí – aonde ela chegará em dezembro, se as coisas
continuarem assim?
Governos e pessoas se empenham
numa disputa feroz para estabelecer quem é capaz de tomar as decisões
mais radicais. As palavras-chave, pelos quatro cantos do mundo, são
proibir, isolar, suspender, parar, adiar, confinar, esvaziar,
interditar. É mundo inviável, onde a virtude mais apreciada no ser
humano é a sua capacidade de dizer “não”.
Não adianta vencer o coronavírus se não houver mais indústria nem comércio, nem transporte,
nem escolas, nem emprego para as pessoas cujas atividades e locais de
trabalho foram destruídos pela proibição de fazer cada vez mais coisas.
Estamos, sim, num momento de triunfo para o pânico, a irracionalidade
e a compulsão de copiar hoje o que foi decidido ontem. A ordem é:
proíba já e pergunte depois. Para salvar vidas, estão acabando com a
vida.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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