MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Abertura do EBI 2017 tratou de desafios para a Ictiologia


DATA: 30/01/2017

O estudo das diferentes espécies de peixes em diferentes âmbitos é relevante para se entender questões como a oferta e consumo de pescado, conservação e monitoramento de espécies ameaçadas de extinção, manejo sustentável de cardumes e políticas públicas voltadas para esses tópicos. A gama de assuntos nos quais esses saberes são essenciais é um dos motivos para o tema do Encontro Brasileiro de Ictiologia deste ano (EBI 2017): Conservação, demandas sociais e desenvolvimento econômico: conflitos ou oportunidades para a Ictiologia?. A solenidade de abertura ocorreu no Campus Sosígenes Costa da Universidade Federal do Sul da Bahia, em Porto Seguro, neste domingo (29).

A solenidade contou com o presidente do EBI 2017, professor Leonardo Evangelista de Moraes como mestre-de-cerimônias. Antes da formação da mesa, índios pataxós da tribo da Jaqueira apresentaram danças e cantos típicos de sua etnia.

A mesa diretiva foi composta pelo reitor da UFSB, Naomar de Almeida Filho; o secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação da Bahia, José Vivaldo Mendonça; o presidente da Sociedade Brasileira de Ictiologia, Luiz Roberto Malabarba; o integrante da comissão científica do EBI 2017 e representante do Centro de Formação em Ciências Ambientais, Carlos Werner Hackradt; a professora Vânia Rita Donadio Araújo, representando o reitor da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), José Bites de Carvalho; o vice-presidente e coordenador-geral da comissão científica do EBI 2017, Alexandre Clistenes de Alcântara, na qualidade de representante do reitor da Universidade Estadual de Feira de Santana, Evandro do Nascimento da Silva; o palestrante, professor titular do departamento de Zoologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Paulo de Tarso da Cunha Chaves. Paulo de Tarso proferiu a palestra magna com o tema do evento.

Nas falas dos representantes e gestores institucionais, a tônica foi o trabalho conjunto e o esforço para fortalecer o ensino e a pesquisa. O presidente do evento, professor Leonardo Evangelista de Moraes, relatou o histórico da construção do evento, desde a antiga vontade dos ictiólogos baianos de trazer o evento para Porto Seguro, a organização das instituições de ensino e pesquisa locais em um consórcio. A mudança no cenário nacional desde maio de 2015, quando a data do EBI 2017 foi definida, e os consequentes efeitos nos setores de pesquisa e educação, foi mencionada como contexto de dificuldades para o trabalho. Ele agradeceu o apoio à Sociedade Brasileira de Ictiologia, representada pelo professor Luiz Roberto Malabarba, às instituições parceiras, à equipe da Comissão Organizadora, às instituições patrocinadoras e realizadoras.

O professor Alexandre Clistenes deu as boas vindas a todos os participantes, relembrou o interesse antigo dos pesquisadores da área, e destacou o interesse de colaboração entre a sua instituição e a UFSB. A professora Vânia disse que a colaboração entre as instituições de ensino da Bahia faz toda a diferença. O professor Carlos Werner aproveitou a sua oportunidade para falar do novo PPG em Ciência e Tecnologia Ambiental, recentemente aprovado na UFSB, e da responsabilidade que representou para os três ictiólogos da UFSB assumir a responsabilidade de organizar o EBI 2017. O presidente da SBI, professor Luiz Roberto Malabarba, se disse muito feliz ao notar que o auditório estava lotado. Ele destacou que o EBI é um espaço para apresentar trabalhos e trocar ideias, e reforçar os laços entre pesquisadores de uma mesma área.

O secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do estado da Bahia, José Vivaldo Mendonça Filho, abriu sua fala comentando sobre sua impressão sobre o projeto institucional, conforme apresentado a ele pelo reitor Naomar. Mendonça Filho também valorizou o espaço universitário como o local da troca e disputa de ideias, de geração de conhecimento e de tecnologia, portanto, de desenvolvimento. Para ele, o esforço do governo do estado em fomentar a pesquisa e promover a educação, em parceria com as instituições do setor, em breve dará frutos em toda a Bahia.

O reitor da UFSB, Naomar Monteiro de Almeida Filho, falou da ousadia que caracteriza a universidade em assumir compromissos como sediar eventos nacionais como a SBPC 2016 e o EBI 2017 com uma história tão recente e uma equipe ainda pequena. O que torna essa ousadia possível é a estratégia de cooperação com as instituições de ensino superior baianas, compartilhando esforços e méritos. Naomar comentou que eventos como o EBI servem para que gerações de pesquisadores se unam em redes de colaboração que aumentam a relevância e os números de uma comunidade científica. O reitor ainda elogiou o trabalho do presidente do evento, professor Leonardo de Moraes, que foi o responsável por coordenar a ação dos monitores durante a SBPC 2016, o que motivou uma salva de palmas. 

Oportunidades diversas para os ictiólogos

Após as manifestações, a conferência do professor Paulo de Tarso tratou do tema do EBI 2017. Em sua exposição, o pesquisador começou por apontar as possibilidades de atuação dos ictiólogos em estudos no âmbito da pesquisa básica, isto é, das investigações que ampliam e atualizam os saberes específicos da área, fornecendo novos métodos e conhecimentos. A esse nível de estudos o professor conectou as oportunidades relacionadas às diferentes interfaces entre a Ictiologia e outras áreas de saber, como pesquisas acerca da pesca e da farmacologia, dentre outras.

As oportunidades também surgem em contextos de conflito, como os impasses entre interesses ambientais e socioeconômicos. Desde desastres provocados pelo ser humano, como o ocorrido com o rompimento da Barragem de Fundão em 2015, até problemas como as dificuldades de obtenção de iscas vivas para a pesca de atum, o uso de espécies de peixes para controle biológico de vetores de doenças tropicais e a construção e proposição de políticas públicas voltadas para o aprimoramento da gestão dos recursos pesqueiros, todos são desafios complexos cuja solução exige a ação do ictiólogo e a sua interação com pesquisadores de outras áreas.

O professor Paulo de Tarso finalizou sua exposição com dados sobre o impacto negativo das pesquisas nos ambientes e nas faunas. Há estudos a indicar a necessidade de aprimoramento metodológico e cuidado com os animais estudados para evitar ou reduzir a morte de espécimes e a geração de resíduos. Um tópico final, seguindo a linha da conferência de destacar a oportunidade e alertar a plateia, foi a reiteração do dever de publicação dos estudos e dos dados obtidos, tanto pela necessidade de fazer avançar o conhecimento quanto pela necessidade de levar à sociedade os novos saberes.

A solenidade de encerramento contou ainda com uma apresentação da cargo do grupo 100% Capoeira, de Porto Seguro, e um coquetel servido na varanda do auditório Monte Pascoal, animado pela banda Os In Docentes, formada por professores do Campus Sosígenes Costa, com um repertório de sucessos do rock brasileiro.
O EBI 2017 é uma realização da Sociedade Brasileira de Ictiologia e da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), com patrocínio de Capes, Furnas, Oceana e CNPq, e apoio de instituições de ensino superior como o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano (IFBaiano), Universidade Estadual da Bahia (UNEB), Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)

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