Pescadores reclamam da proibição do uso de redes para proteger lagostas.
Segundo eles, são quase 1.200 famílias atingidas pela instrução normativa.
O andor, enfeitado com rosas brancas e vermelhas, saiu pontualmente às 14h, seguindo pelas ruas da comunidade com orações e músicas religiosas até a Associação de Pescadores, onde o santo era aguardado pelos barcos para a parte marítima do trajeto.
Nos barcos que acompanham o santo, faixas deixam claro que a comunidade não pretende aceitar a decisão. "São quase 1.200 famílias atingidas por essa proibição, 60% de nós usam a rede. Vamos fazer como? Nossa rede não é para lagosta", reclama o presidente da Colônia dos Pescadores, Augusto de Lima.
A aposentada Amara Silva, de 85 anos, sabe bem como o ofício de pescador é importante. "Meu filho, Manuel, é pescador. Viveu a vida toda assim, agradeço a São Pedro que sempre o protegeu. Foi o meu santo que ajudou também a tirar a bebida do meu filho", diz a aposentada, devota desde criança do fundador da Igreja Católica.
A importância religiosa do santo que fecha o ciclo junino é o que motiva o estudante Carlos Felipe Oliveira, de 18 anos, a seguir todos os anos a procissão. "O pai da minha avó era pescador, mesmo a profissão não ficando na família, a devoção fica. São Pedro foi o primeiro papa, estar aqui é também prestar uma homenagem e mostrar que a gente se lembra", acredita o estudante.
Nascida e criada em Brasília Teimosa, a teleatendente Marizandra Brito se mudou da comunidade quando se casou, mas todos os anos retorna com toda a família acompanhar a procissão. "É um ato de fé cristã, é muito bonito ver como toda a comunidade se une nesse momento", explica.
E há também aqueles que, acreditando estar no fim da vida, assistem a procissão como quem espera encontrar em breve um velho amigo. "Sei que é apenas uma imagem, mas é São Pedro que vai abrir as portas do céu para mim quando me for", diz a aposentada Doralice de Paula, de 93 anos.
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