“Meu
primeiro canal era Humor&Música. Meu sonho sempre foi seguir o
caminho musical, mas a parte humorística começou a ganhar um tamanho
enorme, começou a me dar visibilidade e dinheiro. E eu também sou bom
nisso, mas depois de tudo, eu refleti bastante e acho que é hora de
mergulhar de vez nesse caminho, de viver meu sonho, sabe? As pessoas que
me acompanham desde o começo sabem que muitos dos conteúdos que eu
fazia tinham a música presente e agora quero que isso seja o principal
na minha carreira”, conta Eddy.
O
retorno de Eddy Jr. com um disco não é a morte do artista como ator. Em
2025, ele será protagonista de uma série com dez episódios da
TNT/Warner. “Eu quero me desvencilhar dessa imagem de um cara que é
apenas humorista e o lançamento do álbum faz parte disso. Na série, que é
de comédia, eu sou o protagonista, então seria complicado para as
pessoas dissociarem as coisas. Ela estrearia agora em novembro, mas
acabou sendo adiada, então acho que as pessoas terão esse tempo para me
consumir apenas como músico”, reflete
Se
engana quem pensa que “Bom Moço” nasce de uma aventura descompromissada
de um influenciador que quer bancar o rapper. Criado em igrejas,
aprendendo a tocar instrumentos desde cedo, sobretudo bateria e órgão,
Eddy vem refinando o álbum há dois anos, introduzindo camadas sonoras
que buscam distanciar as seis faixas do disco o máximo possível de uma
produção pasteurizada.
A
produção inteira do disco ficou a cargo do próprio Eddy, que foi
estudar os meandros das técnicas de estúdio para entregar um trabalho o
mais profissional possível.
O
uso excessivo de autotune, característico do trap, é abandonado para
que a voz natural do cantor se mostre, com o resultado se aproximando
mais do que era feito no boom bap, escolha feita de forma consciente
pelo artista que ouvia muito Post Malone e Drake enquanto ainda era uma
revelação em ascensão do humor.
A
leveza trazida em faixas como “Celeiro”, “Bom Moço” e “Quem” contrastam
com a forma com que Eddy estava conduzindo suas redes sociais.
Postagens soturnas, desabafos e choros, agradecimentos ao apoio dos fãs,
fizeram parte da rotina recente do influenciador. Essa intensidade de
sentimentos serviu para preparar o público para a nova persona do
compositor.
“Esse
ano eu me privei de muita coisa para me preparar para esse lançamento.
Pode ser que eu ainda faça humor, mas eu quero viver da arte da música,
quero dar atenção para esse sonho”, reflete o cantor que se emociona no
documentário sobre as decisões recentes da carreira. “Gosto de fazer as
pessoas rirem. Decidir parar de fazer humor não é uma decisão fácil pra
mim, mas é o que preciso fazer agora”, conclui.
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