Nesta segunda-feira, 2 de dezembro, a partir das 22h, estreia no Canal Brasil a série “Puta Retrato - Trabalhadoras Sexuais”,
dirigida por Claudia Priscilla e Kiko Goifman. Com depoimentos de nove
profissionais do sexo brasileiras e de diferentes gerações, a série
conta histórias e experiências que dão uma visão plural sobre assuntos
como a liberdade de uso do corpo, desejos, fantasias, fetiches,
conceitos de feminismo e putafeminismo, maternidade, dinheiro e
negócios, marginalização, entre muitos outros. A série será exibida em
formato de maratona.
O primeiro episódio apresenta três personagens: a educadora social e prostituta há 32 anos, Betânia Santos,
de 50 anos, natural do Maranhão e moradora de Campinas, São Paulo, que
está à frente da Associação Mulheres Guerreiras: Profissionais do Sexo
Unidas Pelo Respeito na região, ligada à Central Única dos
Trabalhadores. Ela conduz o espectador pelas ruas e boates de Jardim
Itatinga, o único bairro do Brasil planejado para a prostituição. Perto
dali, a ex-prostituta Amara Moira,
38, conheceu a atividade. Nascida em Campinas e atual moradora da
capital, ela é escritora, professora de literatura e defensora da
regulamentação da prostituição no Brasil. A terceira convidada, Lia D Castro,
44, nascida em Martinópolis (SP) e moradora de São Paulo, é uma mulher
trans negra e artista plástica. Suas obras de arte são produzidas a
partir de experiências com seus clientes.
Na sequência, o segundo episódio apresenta a carioca e graduanda em Direito, Aími Kokoro, de 29 anos. Ela começou no trabalho sexual com 18 anos e, até hoje, atende a classe média alta e elite. Vivi Castelo,
28, é gaúcha e mora no Rio de Janeiro com seus cinco filhos. Decidiu
começar com o trabalho sexual após seu divórcio para conseguir dinheiro e
manter sua família. Fundou o coletivo das Divas e mantém uma rede com
mais de 420 meninas onde dividem experiências com clientes,
oportunidades de trabalho e situações de violência. Natânia Lopes,
37, de Madureira, subúrbio do Rio de Janeiro, é escritora,
pesquisadora, trabalhadora sexual e ativista dos direitos das
trabalhadoras sexuais na Rede Brasileira de Prostitutas e no Coletivo
Puta Davida. Aline Lopez,
30, também compartilha suas experiências na área em que atua desde
2016. Costuma viajar para São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro,
onde tem clientes fixos. Sua filha de 10 anos sabe que a mãe é
contratada para ser a namorada de outras pessoas. Todas elas costumam
atender também virtualmente e, na conversa, compartilham sobre a
profissão, valores e segurança.
O terceiro e último episódio da série mostra duas gerações de profissionais do sexo: a paraibana Lourdes Barreto, de 80 anos, que vive em Belém do Pará, e Sany,
26, moradora de Macaé, no Rio de Janeiro. Lourdes fundou a Rede
Brasileira de Prostitutas (RBP), considerado o primeiro movimento em
rede das trabalhadoras sexuais da América Latina, em 1987. Em fevereiro
do ano passado, Lourdes lançou sua autobiografia intitulada “Lourdes
Barreto: Puta Biografia”, que traz o relato da sua trajetória de vida e
luta por políticas públicas, principalmente em relação à prevenção do
vírus HIV e da Aids. Sany é graduanda de Ciências Biológicas e, ao
perceber a precarização do trabalho sexual, decidiu criar um curso para
trabalhadoras sexuais sobre o mercado digital.
Puta Retrato – Trabalhadoras Sexuais (2024) (3 X 50’) - Inédito
Horário: Segunda, dia 2/12, a partir das 22h
Direção: Claudia Priscilla e Kiko Goifman
Sinopse: Mulheres
que trabalham com seus corpos. Elas são múltiplas, são complexas. Nas
ruas ou nas telas de celulares. Os episódios trazem depoimentos e
imagens de locais de trabalho como rua, boate, estrada e quartinho.
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