Miguel Caballero
O Globo
Ao final da reunião com seus principais ministros, Jair Bolsonaro pela primeira vez deu a impressão de compreender melhor a crise do coronavírus em uma entrevista coletiva. “O momento é de gravidade, de grande preocupação”, reconheceu. “O problema está aí, batendo à nossa porta. Teremos dias duros pela frente, e serão menos difíceis se cada um seguir os preceitos do Ministério da Saúde”.
É um conselho que traz a lembrança do próprio presidente desrespeitando as recomendações médicas ao se juntar a manifestações no domingo.
ANTES TARDE… – Bolsonaro voltou a dizer que não conclamou a ida aos atos, mesmo com os vídeos que divulgou e a conclamação que fez em Boa Vista (RR). Mas é melhor que o recuo em relação à postura de menosprezo ao caos sanitário venha tarde, mesmo a contragosto, do que não venha nunca.
A demora para que a ficha presidencial caísse, porém, já trouxe desgastes irremediáveis a Bolsonaro, colhidos na forma de menções negativas nas redes sociais e panelaços. Foi o presidente quem voluntariamente colou em si a marca de quem menosprezou a crise.
MANIA DE PERSEGUIÇÃO – Ele transmitiu em suas próprias redes a transgressão às regras médicas, e por mais dois dias reiterou que tudo era “histeria”. Como sempre, acrescentou que outros agentes políticos, como os governadores do Rio e de São Paulo e os líderes da Congresso, faziam uso político da crise para atacá-lo.
Bolsonaro tentou levar o problema sanitário para a política, e perdeu o timing. Só agora, como os países que demoram a reagir ao contágio do vírus, tenta recuperar tempo e terreno perdidos.
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O Globo
Ao final da reunião com seus principais ministros, Jair Bolsonaro pela primeira vez deu a impressão de compreender melhor a crise do coronavírus em uma entrevista coletiva. “O momento é de gravidade, de grande preocupação”, reconheceu. “O problema está aí, batendo à nossa porta. Teremos dias duros pela frente, e serão menos difíceis se cada um seguir os preceitos do Ministério da Saúde”.
É um conselho que traz a lembrança do próprio presidente desrespeitando as recomendações médicas ao se juntar a manifestações no domingo.
ANTES TARDE… – Bolsonaro voltou a dizer que não conclamou a ida aos atos, mesmo com os vídeos que divulgou e a conclamação que fez em Boa Vista (RR). Mas é melhor que o recuo em relação à postura de menosprezo ao caos sanitário venha tarde, mesmo a contragosto, do que não venha nunca.
A demora para que a ficha presidencial caísse, porém, já trouxe desgastes irremediáveis a Bolsonaro, colhidos na forma de menções negativas nas redes sociais e panelaços. Foi o presidente quem voluntariamente colou em si a marca de quem menosprezou a crise.
MANIA DE PERSEGUIÇÃO – Ele transmitiu em suas próprias redes a transgressão às regras médicas, e por mais dois dias reiterou que tudo era “histeria”. Como sempre, acrescentou que outros agentes políticos, como os governadores do Rio e de São Paulo e os líderes da Congresso, faziam uso político da crise para atacá-lo.
Bolsonaro tentou levar o problema sanitário para a política, e perdeu o timing. Só agora, como os países que demoram a reagir ao contágio do vírus, tenta recuperar tempo e terreno perdidos.
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