MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 11 de março de 2020

Impasse desgasta o general Eduardo Ramos tanto no Congresso quanto no Planalto


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Ramos falhou na articulação e pode ser demitido a qualquer momento
Gustavo Maia, Naira Trindade, Thais Arbex, Amanda Almeida e Bruno Góes
O Globo
Enviado pelo presidente Jair Bolsonaro na semana passada, o projeto que garante o controle de R$ 19 bilhões do Orçamento pelos parlamentares colocou o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, responsável pela articulação política, em posição desconfortável tanto no Palácio do Planalto quanto no Congresso. A repercussão negativa do acordo provocou uma reação irritada de Bolsonaro, que reclamou de ter sido induzido a erro e alvo de traição.
Após o presidente defender publicamente a rejeição do projeto que ele próprio assinou, a votação na Comissão Mista de Orçamento (CMO) foi adiada ontem e a cúpula do Congresso avalia desistir da proposta.
CARTÃO VERMELHO – Na berlinda, Ramos espera que o adiamento lhe dê mais tempo para desanuviar a crise, que já provoca dúvidas sobre sua permanência no cargo. Enquanto isso, os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), querem uma reunião com Bolsonaro para definir o tema.
Bolsonaro negou seguidas vezes ter feito um acordo com o Congresso, apesar de ter assinado o envio dos projetos junto com os ministros Eduardo Ramos e Jorge Oliveira, da Secretaria-Geral. As negociações em torno do controle de recursos pelo Congresso começaram no ano passado, tendo Ramos à frente. A equipe econômica e o próprio ministro Paulo Guedes participaram de algumas reuniões para tentar reduzir o montante que poderia ficar nas mãos do Congresso, mas após seguidos entendimentos Bolsonaro desautorizou a negociação.
O CLIMA AZEDOU – Envolvidos no debate admitem que o presidente não foi informado do montante que seria destinado ao Congresso. E que o clima azedou de vez após o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, reclamar de chantagem dos parlamentares e recomendar um “foda-se” do governo na véspera do Carnaval, como revelou O Globo.
Após encontro com Alcolumbre na semana passada, do qual também participaram Ramos e o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), Bolsonaro convocou ministros para consultar se poderia enviar o novo projeto. E ouviu que sim, mas novamente sem ser informado sobre o valor em jogo.
Na sexta, um dia antes de viajar para agendas nos Estados Unidos, o líder do governo na Câmara, Major Vítor Hugo (PSL-GO), pediu uma audiência com o presidente para reclamar do valor cedido ao Congresso: R$ 19 bilhões. Este montante foi informado pela equipe econômica.
A OUTRA VERSÃO – Ramos sustenta que o valor que ficaria sob o controle do relator do Orçamento, Domingos Neto, seria de R$ 10 bilhões, e passível de contingenciamento. A situação do ministro responsável pela articulação política, porém, é vista como delicada inclusive por aliados. O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, é citado como um possível substituto.
O desgaste da articulação política pode se refletir ainda em outras pautas de interesse do governo, para além da partilha do Orçamento. Ontem, a sessão de plenário do Congresso foi encerrada sem análise dos vetos que estavam em pauta. O primeiro da lista era o que impediu a elevação do limite de renda per capita familiar (por pessoa da família) de quem tem direito ao Benefício de Prestação Continuada (BPC/Loas).
No Congresso, parlamentares afirmam que caso o acordo sobre Orçamento seja mesmo desfeito é possível haver retaliações ao Planalto.

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