Atitude mais primitiva, e talvez por isso mesmo a mais comum, é pedir
medidas de isolamento cada vez mais rigorosas. J. R. Guzzo, via Metrópoles:
Não adianta fazer de conta, dentro do mundo político brasileiro,
que a maioria das pessoas que vivem nesse ecossistema estejam pensando,
em primeiro, segundo e terceiro lugar, no interesse do público quando
“tomam posição” sobre o coronavírus – sim, porque a maioria delas aproveita essa situação de pânico
crescente para se “manifestar”. É um palco natural. Obviamente, está
sendo usado. Na maioria das vezes, cada um está pensando numa coisa só:
como eu tiro proveito pessoal disso?
A atitude mais primitiva, e talvez por isso mesmo a mais comum, é pedir medidas de isolamento
cada vez mais rigorosas, mais proibições, mais “não pode” – e,
naturalmente, criticar o governo por não estar fazendo o que deveria ser
feito para acabar com a epidemia. E o que deveria ser feito? Isso não
interessa, mesmo porque não deve haver uma dúzia de políticos com um
mínimo de conhecimento útil sobre o assunto. Só interessa dizer que está
tudo errado e repetir: “Olhem para mim, eu estou avisando”.
Se tudo piorar, os políticos vão dizer: “Eu pedi o máximo de rigor
contra o vírus. O governo não me escutou”. Se tudo melhorar, vão dizer:
“Só melhorou porque eu cobrei o máximo de rigor contra o vírus”. Não tem
erro. Só dá lucro.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
Nenhum comentário:
Postar um comentário