Com alvarás cassados para atendimento presencial, restaurantes de Belo Horizonte amargam prejuízos incalculáveis. Funcionando a partir desta sexta-feira (20) apenas como delivery, por determinação da prefeitura, alguns estabelecimentos estimam queda de até 90%.
É o caso da Clement, loja especializada em pizza, salada e sanduíche que fica na Savassi. “O movimento caiu drasticamente. Estamos abertos porque temos que tentar salvar a casa”, disse o auxiliar de cozinha Aloísio Antônio Bravo, de 50 anos. Como alternativa da falta de público presencial, o estabelecimento fez cadastro em três aplicativos de entrega de comida da cidade.
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Como alternativa da falta de público presencial, o estabelecimento fez cadastro em três aplicativos de entrega de comida da cidade
Localizado na região Centro-Sul da capital, A Cafeteria foi forçada a dar folga para metade da equipe de 20 funcionários. “Temos 10  trabalhadores em casa e apenas 10 estão aqui na loja. Se eu não abrir, o prejuízo será de 100%”, comentou a gerente do estabelecimento, Lucilene Oliveira França, de 34 anos.
A determinação de suspender as atividades dos centros comerciais, como medida para conter a transmissão do novo coronavírus, pegou os empresários desprevenidos. “Não temos condições financeiras  paradar férias pros funcionários, por isso eles estão de folga”, disse a gerente.
Nesta sexta-feira entrou em vigor o decreto do prefeito Alexandre Kalil que determina o fechamento de praticamente todos os estabelecimentos comerciais. Além de bares, restaurantes e lanchonetes, foram afetados casas de shows, boates, danceterias, salões de dança, feiras, exposições, congressos, seminários, shoppings centers, centros de comércio e galerias de lojas, cinemas, teatros, clubes, academias, clínicas de estética, salões de beleza e parques.
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A suspensão, por tempo indeterminado, não se aplica aos supermercados, farmácias, laboratórios, clínicas, hospitais, além de outros serviços de saúde.
Ajuda 
Kalil pediu desculpas aos empresários, que vão sofrer sérios prejuízos financeiros com o “exílio” da população e o fechamento dos comércios. Mas alertou que é preciso salvar vidas. Para auxiliar o setor, o prefeito informou que vai adiar a cobrança de tributos dos estabelecimentos que vão ficar fechados. Segundo Kalil, são cerca de R$ 140 milhões em em diferimento fiscal e parcelamentos.
Isolamento
A decisão drástica de tentar isolar BH tem motivos. No mundo, a Covid-19 já matou mais de 10 mil pessoas. Até o momento, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 224 mil pessoas foram infectadas pelo vírus.
Em Minas são 29 confirmações, sendo 18 na capital mineira - que registra a contaminação voluntária da doença. No Brasil, sete óbitos foram confirmados.