Carlos Nuzman e Paes enriqueceram na Olimpíada
A campanha para governador do Rio de Janeiro está cada vez mais emocionante. Os dois candidatos (Wilson Witzel, do PSC, e Eduardo Paes, do DEM) deixaram as propostas de lado e a campanha descambou totalmente para a baixaria. O mais interessante, porém, é o apoio flagrante da Organização Globo, que usa todas as suas armas – jornais, TVs e rádios – na tentativa de destruir a imagem do ex-juiz Wilson Witzel, que tem ficha-limpa e uma carreira vitoriosa em concursos públicos.
PAES É FICHA-SUJA – O grupo empresarial dos irmão Marinho quer eleger Eduardo Paes, que é um tremendo ficha-suja e somente conseguiu ser candidato com uma liminar no TSE, depois de condenado pelo TRE estadual. Ou seja, Paes conquistou exatamente o que Lula da Silva pretendia – ser candidato sub judice.
Junto com o Pedro Paulo, seu secretário da Casa Civil, Paes foi condenado em dezembro de 2017 por abuso de poder político-econômico e conduta vedada a agente público. Foi decisão unânime do TRE.
LIMINAR SALVADORA – Paes e Paulo, que fazem uma espécie de dupla Batman e Robin na política estadual (mas ninguém sabe quem é o Batman e quem é o Robin), conseguiram em maio uma liminar do ministro Jorge Mussi, em decisão monocrática provisória que desconheceu a Lei da Ficha Limpa.
Pedro Paulo foi eleito deputado federal pelo DEM, mas perderá o mandato se o TSE confirmar a decisão unânime do TRE. O mesmo acontecerá com Paes, caso derrote Witzel, o que parece altamente improvável, embora não se possa desprezar o poderio da Vênus Platinada.
E a situação agora se complicou, porque a delação da Odebrecht acaba de revelar que um dos maiores legados da Olimpíada foram as propinas recebidas por Eduardo Paes e seu secretário de Obras, Alexandre Pinto, que depôs na Justiça Federal e acusou o então prefeito de chefiar o esquema de corrupção.
ODEBRECHT CONFIRMA – Muitas empreiteiras estão envolvidas no esquema de Paes. Reportagem do Estadão, publicada na última sexta-feira, dia 12, mostra que o homem forte do Departamento de Propinas da Odebrecht, Benedicto Barbosa da Silva Júnior, declarou em delação premiada que a empreiteira baiana repassou propinas de R$ 15 milhões ao ex-prefeito do Rio Eduardo Paes (PMDB) e está tudo registrado na planilha da empresa, na qual Paes é apelidado de “Nervosinho”.
Na verdade, Paes é um dos poucos líderes da quadrilha do MDB do Rio de Janeiro que continuam à solta, enquanto Sérgio Cabral, Eduardo Cunha, Jorge Picciani e muitos outros já estão até cumprindo pena.
IRMÃOS MARINHO – Esta opção preferencial pelo ficha-suja Eduardo Paes depõe contra a nova postura jornalística dos irmãos Marinho, que alegam praticar “jornalismo independente” desde que, em 31 de agosto de 2013, renegaram o passado de Roberto Marinho e publicaram editorial considerando um erro o apoio que o patriarca global deu à ditadura militar.
Quando se pensava que as coisas estivessem melhorando na Organização Globo, constata-se que nada mudou. Entre apoiar um homem honrado como Wilson Witzel, os irmãos Marinho rasgam a fantasia e se aliam a Eduardo Paes, fazendo um papel tão lamentável quanto o comportamento de Roberto Marinho em 1964. E assim la nave va, cada vez mais fellinianamente.
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