MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 26 de junho de 2018

Indefinição política causa tensão no mercado, afirma o presidente da Bolsa


Finkelsztain repete a mesma conversa de sempre
Ana Paula Ragazzi
Há um ano, Gilson Finkelsztain preside a B3, que nasceu após a união da Bolsa paulista, a BM&FBovespa, que concentra negociações de ações e derivativos, com a Cetip, líder em operações com títulos de renda fixa. Ele era presidente da Cetip, e a sua chegada à B3 representou uma renovação para o mercado de capitais brasileiro.
Ela coincidiu com a saída de Edelmir Pinto, que liderou a BM&FBovespa por dez anos e era o último representante de peso de uma Bolsa antiga, que funcionava como um clube que subsidiava os negócios de seus donos, os proprietários de corretoras de valores. 
Mas já faz dez anos que a Bolsa brasileira se transformou em uma empresa que busca o lucro para seus acionistas e não tem um controlador definido. A renovação trazida por Finkelsztain passa pelo reconhecimento de que falta à B3 se aproximar do mercado. 
As últimas semanas têm sido o período mais turbulento do mercado desde que o senhor assumiu a B3. A que atribui os dias difíceis?
Discutimos isso internamente, e a nossa conclusão foi que o cenário internacional está, sim, impactando todos os emergentes, mas, aqui, o mercado está nervoso muito mais por causa da indefinição do processo político. Eu diria que entre 60% e 70% do nervosismo está ligado às eleições. Ainda não sabemos quem são os candidatos e não há nenhum comprometimento dos nomes possíveis com uma agenda mínima para o mercado de capitais. Buscar esse comprometimento será nossa bandeira. 

 
O sr. vê algum nome que possa se comprometer com isso?
Estamos iniciando as conversas com os pré-candidatos agora. Em setembro, faremos um congresso com a Anbima (associação dos participantes do mercado) e esperamos ter nele um painel com os escolhidos para ministros da Fazenda pelos candidatos. Entregaremos a eles uma agenda mínima para o desenvolvimento do mercado. Nunca tivemos um momento tão propício para isso aqui, com juros nas mínimas históricas, inflação baixa e retomada do crescimento. Eu diria que os astros se alinharam, não fosse o cenário eleitoral desafiador, que eleva a preocupação com o lado fiscal.

Por que o sr. coloca menor peso no cenário externo?
Estamos falando de um movimento de normalização dos juros internacionais, que estão próximos a zero já há dez anos. Isso não é o fim do mundo, é o reflexo de que o mundo está crescendo, o que é positivo para o Brasil. Óbvio que, se esse movimento de alta das taxas não for muito bem administrado pelos bancos centrais dos países desenvolvidos, os emergentes podem sofrer com a saída de recursos.

A dosimetria é uma preocupação, mas esse poderia ser um doce problema. 
Apesar da depreciação dos ativos brasileiros, a Bolsa tem batido recordes de negociação.
De fato, os volumes dos últimos 30 dias foram fantásticos, recordes tanto em ações quanto em derivativos, como os contratos de dólar futuro. A única preocupação que tenho é que, quando a volatilidade cresce muito, como estamos vendo, em seguida a negociação tende a diminuir, porque os investidores enxergam risco maior e reduzem suas apostas. Depois de recordes, a preocupação é com alguns meses de volume menor.

Novamente existem conversas entre investidores para a criação de uma nova Bolsa no Brasil. Como a B3 vê isso?
A competição no nosso setor já é global. Quando foi criada a B3, nos comprometemos com os reguladores a abrir nossa infraestrutura, como a central depositária, para um eventual concorrente. Estamos preparados para isso. Mas uma nova Bolsa é relevante para o mercado quando há crescimento, um volume maior de negócios. Eu prefiro ter 80% de participação em um mercado de R$ 25 bilhões a ter 100% de um mercado de R$ 10 bilhões. Faz sentido a competição vir, mas desde que haja esse crescimento. O que vemos no cenário externo é que é normal ter poucos participantes, porque, se você tem muitas Bolsas sem contrapartida para volume, o custo para o mercado aumenta.


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