Por Redação BNews | Fotos: Arquivo Pessoal
O adolescente fluminense Vitor Fraga, 15 anos, está detido em um
abrigo para adolescentes refugiados em Chicago, nos Estados Unidos. A
informação foi divulgada pelo Uol. Ele foi detido pela Imigração
americana no aeroporto de Houston no último dia 9, sob suspeita de
imigração ilegal.
Segundo o site, o caso é semelhante aos de outros adolescentes
brasileiros que ficam detidos ao viajar desacompanhados dos pais e são
levados ao abrigo, onde ficam dias e até meses antes de serem liberados
pelas autoridades norte-americanas. Vitor viajava com a avó, carregava
uma autorização dos pais para viajar desacompanhado e tinha visto de
turismo nos Estados Unidos.
De acordo com a imigração americana, em explicação levada aos pais,
ele foi detido porque estava matriculado em uma escola pública dos
Estados Unidos com visto de turista --de acordo com especialistas em
imigração ouvidos pelo UOL, esse é um dos argumentos que motivam a
detenção de adolescentes pelas autoridades do país.
A reportagem detalha que Vitor e sua avó desembarcaram em Houston para
pegar um voo a San Francisco, onde mora a madrinha do adolescente - a
tia que fez a matrícula do adolescente na escola. Eles foram levados a
uma sala da imigração no início da manhã de quarta, e horas depois
Renato foi avisado no Brasil.
O pai do menino, Renato Fraga, 42 anos, seguiu para Chicago, onde
procurou a imigração. "Perguntei onde meu filho estava e o atendente
simplesmente respondeu: 'não falo com passageiro'. Eu disse que era um
pai procurando o filho detido, mas o atendente falou que, ainda assim,
eu era um passageiro. Virou as costas, e eu me senti um zé-ninguém ali."
O contato do pai com a imigração passou a ser feito pelo consulado
brasileiro em Chicago - que, por sua vez, entrou em contato com uma ONG
que cuida dos adolescentes no abrigo. Essa ONG, chamada Heartland
Alliance, destinada ao combate do tráfico infantil, é quem faz a
intermediação entre consulado e imigração americana.
Foi em um escritório da ONG que Renato conseguiu encontrar o filho, na
sexta-feira, conversando com Vitor por uma hora. De acordo com o pai,
Vitor ocupa um quarto com três adolescentes refugiados do Senegal. "As
pessoas que estão no abrigo têm problemas familiares muito maiores. São
pessoas sem família, sem ninguém ali, com pais presos ou ilegais nos
Estados Unidos. Ele é o único caso de alguém que tem passaporte, visto
de turista, com alguém para buscá-lo", contou ao site.
Agora, segundo ele, o que resta é esperar. "Não tenho dúvidas de que o
caso será resolvido, mas o duro é essa espera. Não tem expectativa ou
informação. Estou em um hotel em Chicago sem saber até quando vou ficar.
Quando o caso chegar na mão da pessoa certa para analisar, o Vitor vai
acabar sendo deportado voluntariamente, mas o duro é que o caso é
tratado como outro qualquer, então não sabemos quanto tempo vai demorar.
Tem criança que fica quatro, cinco meses, e o caso dele é tratado como
outro comum. Ignoram a situação dele, que há um parente aqui, que ele
estava com a avó. O governo americano acha que ele está bem e pode ficar
lá no abrigo. Mas eu acho que ele está sequestrado", lamenta.
O Itamaraty afirmou que está acompanhando o caso do Vitor e que o
Consulado do Brasil em Chicago já está em contato tanto com a família
quanto com a direção do abrigo. Segundo o Itamaraty, o caso está sendo
tratado como prioridade e que a liberação do rapaz, para retorno ao
Brasil, depende de uma decisão final do ICE (órgão responsável pelo
controle de imigração e alfândega dos EUA).
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