Prefeito subiu o tom ao reafirmar ser inocente nas suspeitas da Lava Jato e admitiu que Lucas Cardoso, acusado de receber caixa 2, é seu amigo “de uma vida inteira”
Evilasio Junior / Rodrigo Daniel Silva / BAHIA.BA
Alvo de um pedido de investigação por suspeita de receber caixa 2 da Odebrecht, o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), subiu o tom, nesta quinta-feira (20), ao reafirmar a sua inocência nos crimes investigados pela Operação Lava Jato.
Em entrevista ao bahia.ba, após o 1° Workshop Salvador Cidade Resiliente, na Casa do Comércio, na Avenida Tancredo Neves, o gestor soteropolitano atacou diretamente o ex-governador e atual secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Jaques Wagner (PT), para quem o inquérito atrapalharia os planos futuros do democrata, que estuda a possibilidade de disputar o Palácio de Ondina em 2018, segundo informações ventiladas na imprensa.
“Qual a moral que ele tem? Ele é acusado de corrupção. Eu não. Não tenho nada a ver com corrupção nem com a Lava Jato. Certo? O PT, sim, tem a ver com corrupção e com Lava Jato. Eles é que sabem tratar desse assunto”, afirmou.
Neto se irritou ainda ao comentar a tese de alguns aliados do governo, como o deputado federal Jorge Solla (PT), de que ele perdeu o discurso de “ética” após ser citado em delações de executivos e ex-executivos da empreiteira.
“Ele procurou saber de Rui Costa, do Jaques Wagner alguma coisa? Não. Não me meça pela régua deles. O PT é o partido mais corrupto do Brasil e não pode querer generalizar isso. Estou absolutamente tranquilo. Não sou acusado de corrupção. Não tenho nada a ver com Lava Jato e não me misturo, nem com Jorge Solla, nem com os partidários dele”, disse.
Em relação a Lucas Cardoso, apontado no depoimento do ex-superintendente da construtora, André Vital, como recebedor de verbas ilegais para o financiamento da sua campanha à prefeitura em 2012, ACM Neto admitiu conhecê-lo intimamente, mas negou que ele seja funcionário municipal. “Amigo meu de uma vida inteira. Não tem nenhum cargo público. Nunca foi [funcionário da prefeitura]”, declarou.
O prefeito nega ter recebido dinheiro da Odebrecht além das prestações apresentadas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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