Por Redação Bocão News | Fotos: Gilberto Júnior / Bocão News
A
defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que Léo
Pinheiro, ex-presidente da OAS, mentiu em seu depoimento ao juiz Sérgio
Moro para ter seu acordo de colaboração premiada aceito pelo Ministério
Público Federal (MPF), de acordo com o jornal O Globo.
Em depoimento ao juiz Sérgio Moro nesta quinta-feira (20), o executivo
disse que Lula é o verdadeiro dono do tríplex no Guarujá que foi
reformado pela empreiteira. O empresário disse também que o
ex-presidente pediu que documentos sobre pagamento de "propina do caixa
do PT" fossem destruídos.
"É uma mera afirmação de alguém que negociou a versão com o Ministério
Público. É uma afirmação incompatível com a realidade dos fatos. Até
porque a OAS colocou o imóvel como garantia diversas vezes como sendo
dela. O importante é que, no dia 3, Lula vai estar aqui para mostrar a
realidade dos fatos", declarou Cristiano Martins, na saída da audiência
com Moro.
Em nota divulgada, a defesa do ex-presidente alega que outras
testemunhas negaram que tríplex pertence a Lula. Diz também que a
afirmação do empreiteiro é "incompatível com documentos da empresa,
alguns deles assinados por Léo Pinheiro".
Leia na íntegra a nota da defesa de Lula:
"Léo Pinheiro no lugar de se defender em seu interrogatório, hoje,
na 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, contou uma versão acordada
com o MPF como pressuposto para aceitação de uma delação premiada que
poderá tirá-lo da prisão. Ele foi claramente incumbido de criar uma
narrativa que sustentasse ser Lula o proprietário do chamado triplex do
Guarujá. É a palavra dele contra o depoimento de 73 testemunhas,
inclusive funcionários da OAS, negando ser Lula o dono do imóvel.
A versão fabricada de Pinheiro foi a ponto de criar um diálogo -
não presenciado por ninguém - no qual Lula teria dado a fantasiosa e
absurda orientação de destruição de provas sobre contribuições de
campanha, tema que o próprio depoente reconheceu não ser objeto das
conversas que mantinha com o ex-Presidente. É uma tese esdrúxula que já
foi veiculada até em um e-mail falso encaminhado ao Instituto Lula que, a
despeito de ter sido apresentada ao Juízo, não mereceu nenhuma
providência.
A afirmação de que o triplex do Guarujá pertenceria a Lula é
também incompatível com documentos da empresa, alguns deles assinados
por Léo Pinheiro. Em 3/11/2009, houve emissão de debêntures pela OAS,
dando em garantia o empreendimento Solaris, incluindo a fração ideal da
unidade 164A. Outras operações financeiras foram realizadas dando em
garantia essa mesma unidade. Em 2013, o próprio Léo Pinheiro assinou
documento para essa finalidade. O que disse o depoente é incompatível
com relatórios feitos por diversas empresas de auditoria e com
documentos anexados ao processo de recuperação judicial da OAS, que
indicam o apartamento como ativo da empresa.
Léo Pinheiro negou ter entregue as chaves do apartamento a Lula ou
aos seus familiares. Também reconheceu que o imóvel jamais foi usado
pelo ex-Presidente.
Perguntado sobre diversos aspectos dos 3 contratos que foram
firmados entre a OAS e a Petrobras e que teriam relação com a suposta
entrega do apartamento a Lula, Pinheiro não soube responder. Deixou
claro estar ali narrando uma história pré-definida com o MPF e
incompatível com a verdade dos fatos.
Cristiano Zanin Martins"
Nenhum comentário:
Postar um comentário