O advogado José Roberto Batochio deve deixar a defesa do ex-presidente
Lula. E também a do ex-ministro Antonio Palocci. Ele advoga para os dois
petistas na Operação Lava Jato. De acordo com pessoas do círculo íntimo
de Batochio, ele enfrenta um dilema ético diante da conduta adotada em
décadas de advocacia: por um lado, sempre disse execrar o instituto da
delação premiada. Como Palocci já negocia a colaboração com o Ministério
Público Federal, ele não teria como permanecer no caso. Permanecer na
defesa de Lula traria um outro problema. Como é provável que Palocci,
para efetivar a delação, mire seu canhão no peito do ex-presidente,
Batochio seria obrigado a confrontá-lo, classificando todas as eventuais
declarações do ex-ministro como mentirosas. O problema é que ele
advogou para Palocci por dez anos, absolvendo-o em uma dezena de
processos. E não teria como, agora, voltar-se contra ele nos tribunais.
Se Batochio deixar mesmo a defesa de Lula, será a segunda baixa na
equipe de advogados do ex-presidente. Em março, o criminalista Juarez
Cirino dos Santos deixou o caso. Batochio também advoga para Guido
Mantega. Na Lava Jato, no entanto, o ex-ministro da Fazenda passará a
ser representado por outro criminalista. No atual estágio das
investigações, portanto, cada petista seguirá caminhos diferentes e
possivelmente divergentes de defesa. (Mônica Bergamo)
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