MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 30 de agosto de 2015

Mãe e filha produzem bolsas e aventais em penitenciária de MG


Elas e outras detentas também fazem saquinhos de lixo para carro.
Peças confeccionadas são repassadas para instituições.

Do G1 Zona da Mata
Costureiras da penitenciária Ariosvaldo Campos Pires (Foto: Osvaldo Afonso / Imprensa MG)Detentas produzem bolsas, lixo para carro e
aventais (Foto: Osvaldo Afonso / Imprensa MG)
Mais de 1.400 bolsas, 10 mil saquinhos de lixo para carro, além de centenas de aventais. Esse é o número mensal que detentas da Penitenciária Ariosvaldo Campos Pires, em Juiz de Fora, produzem em materiais feitos com sobras de plástico, camurça e madeira doadas por duas indústrias da Zona da Mata. Mãe e filha fazem parte da equipe de produção desses materiais.
A condenada por tráfico de drogas Maria Regina de Farias, de 56 anos, era costureira de vestidos de festa em São João Nepomuceno e interrompeu o ofício em 2013 ao ser presa. Quando o projeto surgiu na penitenciária, ela viu uma oportunidade de continuar com sua profissão. Atualmente, Maria Regina lidera uma equipe de produção na penitenciária, que inclui a própria filha, Márcia Terezinha, de 27 anos, informou a assessoria da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds-MG).
Márcia Terezinha aprendeu a costurar com a mãe na penitenciária, pois antes de ser presa era dona de um salão de beleza. “Há situações na vida difíceis de compreender e aceitar, mas a minha prisão e a da minha mãe nos aproximou muito, sempre conversamos e recentemente ela me fez a proposta de montarmos nosso próprio negócio de bolsas quando sairmos daqui", declarou.
Mudanças na produção
Maria Regina teve a ideia de mudar o mecanismo de fechamento das bolsas e de forrá-las. "Sugeri que mudasse o mecanismo de fechamento das bolsas e de forrá-las. Essa modificação valorizou o produto. Conseguimos também formas de agilizar a confecção das peças, aumentando assim a produção", contou a detenta, que já ensinou o trabalho para várias colegas que passaram pela oficina.
Costureiras da penitenciária Ariosvaldo Campos Pires (Foto: Osvaldo Afonso / Imprensa MG)Maria Regina lídera grupo de costureiras da
penitenciária (Foto: Osvaldo Afonso / Imprensa MG)
Os produtos necessários para produzir os objetos são feitos com materiais doados por duas indústrias da Zona da Mata. A coleta é feita pelo Departamento Municipal de Limpeza Urbana de Juiz de Fora (Demlurb) que repassa os materiais para a penitenciária. As peças são doadas para instituições beneficentes, entre elas uma de atendimento a pessoas com câncer.
As detentas trabalham de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, dentro da unidade penitenciária sob a vigilância de agentes. Para cada três dias trabalhados, as detentas tem o benefício de um dia da redução da pena e remuneração no valor de 3/4 de um salário mínimo.
O diretor-geral da unidade, Jefferson Soares de Macedo, comentou que o comportamento das costureiras nas oficinas viraram referência para a população carcerária . "Isso traz contribuições no sentido de uma tranquilidade geral na unidade", finalizou.
O trabalho de detentos na penitenciária não se resume apenas à pequena fábrica de bolsas. Há linhas de produção de cuecas e meias.

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