Percival Puggina
A que nível de fanatismo se chegou no Brasil quando pessoas supostamente preparadas em ambiente acadêmico para o exercício do magistério não percebem quanto a linha de trabalho que adotam serve à opressão de seus alunos! Agradeçam o desastre educacional do país a Paulo Freire e seus seguidores.
Há poucos dias transcrevi matéria do Oxford Group informando, com dados da revista Acontece, na Flórida, que no último ano, aumentou em 47% a contratação de profissionais brasileiros por empresas brasileiras nos EUA e que cresceu em 23% o número dessas organizações que começou a contratar naquele país. Por quê? “Porque na Flórida não há leis trabalhistas, aviso prévio, contribuição sindical obrigatória ou voluntária, férias remuneradas, 13º salário, etc. Mesmo assim, os funcionários preferem trabalhar nos EUA, competindo por empregos com base em sua dedicação e competência, o que é a base única da meritocracia.”
Essas pessoas não foram capturadas pelo melodrama sociológico deseducativo imposto nas salas de aula. De algum modo, foram resgatadas da opressão. Seus professores lhes abriram o caminho para o desenvolvimento intelectual proveitoso a elas e à sociedade.
Nos parágrafos acima está evidenciada a realidade expressa no título deste artigo. O livro “A pedagogia do oprimido” e a influência freireana na Educação brasileira serve ao oposto daquilo que pretende! Em vez de libertar os miseráveis de sua miséria, a “pedagogia essencialmente política”, como ele a propõe, talvez capture revolucionários para a militância que deseja, submete-os aos ditames ideológicos, aponta-lhes seus “predadores”, bloqueia-lhes o conhecimento, estreita-lhes as mentes, calcifica suas circunstâncias e realidades individuais e coletivas.
Em síntese, esse não tem como ser e não é, na prática, o caminho libertador que se pode honestamente desejar a jovens submetidos à situação de penúria material e intelectual. Ministrada mediante conceitos rasos, essa visão de pessoa humana, de sociedade, de Estado, de Política, de Economia, de História – essa ideologia, enfim – só vai aprofundar os desníveis entre “oprimidos” preservados como tal nas salas de aula e os demais estudantes. Estes, porque libertos para o desenvolvimento de seus talentos e potencialidades, vão atrás da liberdade tolhida pela crescente institucionalização das ideias comunistas, socialistas, coletivistas e totalitárias. Em outras palavras, os maus resultados do aparelho educacional brasileiro já se evidenciam nas instituições, tanto nas condutas individuais e coletivas, quanto no que entregam à sociedade como produto de suas prerrogativas. Por isso, sistemas tiranos e economias fracassadas se tornam objeto de culto para que, ao fim e ao cabo, se instale a opressão sobre tudo e sobre todos.
Então, repito: não é por falta de aviso.
Percival Puggina (78) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras.
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