Aprender
um idioma novo ainda na infância pode abrir portas durante a vida. Mas
quais os outros benefícios de dominar uma segunda língua desde a
infância?
Outubro,
no Brasil, é o mês das crianças. Não há quem desconsidere o momento,
seja para intensificar os carinhos com a meninada, seja para refletir
sobre o presente de quem fará o futuro. A ocasião é importante, pois
levanta questões sobre a infância e sobre os desafios que essa fase de
vida contempla. Além das garantias básicas, asseguradas pelo Estatuto da
Criança e do Adolescente – educação, lazer, dignidade, saúde,
convivências familiar e comunitária, entre outros -, quais as outras
necessidades que devem ser supridas?
Muito além da língua
Aprender
outra língua é muito importante em diversos aspectos da vida. Isso não é
novidade. Um segundo idioma pode abrir muitas portas. Além dos
benefícios linguísticos, o bilinguismo tem impactos também no
desenvolvimento socioemocional e intelectual. Especialistas de
diferentes áreas apontam alguns pontos que são influenciados pelo
aprendizado do segundo idioma: aumento da memória e da criatividade,
melhores resultados na escola, ganho cultural, melhora na autoconfiança,
entre outros.
Bilinguismo x Desenvolvimento socioemocional
O
bilinguismo proporciona uma visão de mundo mais plural e inclusiva. Ao
aprender o inglês, por exemplo, além de se deparar com culturas
diferentes, o estudante adquire uma autoconsciência maior, identificando
aspectos dele mesmo e ampliando sua visão de mundo e aumentando a sua
autoconfiança.
“É importante notar que aprender inglês desde
cedo torna as crianças muito mais preparadas para o mundo de hoje. Não
se trata apenas de poder se comunicar com outras pessoas em nível
global, mas também de algo mais profundo: os pequenos que aprendem
outras línguas estão mais atentos à diversidade humana e isso tende a
torná-los mais tolerantes”, afirma Ruymara Almeida, diretora pedagógica
da Red Balloon.
Uma aprendizagem mais rápida e natural
As
crianças aprendem com muito mais facilidade do que os adultos. Isso
ocorre principalmente porque seu cérebro ainda está em desenvolvimento e
é muito mais adaptável. As crianças mais novas absorvem conhecimento
mesmo quando não têm essa intenção, elas só precisam ser expostas a
ele. “Quando se trata de crianças muito pequenas, elas nem percebem que
estão aprendendo uma língua estrangeira, porque a diferenciação entre a
“sua” língua e a das outras ainda não é clara. São apenas palavras para
elas”, comenta Ruymara.
Esse
aprendizado precoce permite incorporar novas línguas enquanto assimilam
a língua materna, o que leva a uma maior fluência na fala. Ao contrário
dos adultos que aprendem um novo idioma, as crianças não traduzem, mas
simplesmente aprendem as palavras diretamente na língua que está sendo
aprendida.
Então, qual é a idade ideal para aprender outro idioma?
Levando
em conta toda a análise de benefícios e a facilidade de aprendizado das
crianças, para os especialistas, quando antes, melhor! Isso não
significa que não se pode iniciar os estudos mais tarde, quer dizer
apenas que quanto mais cedo, maior a possibilidade de aprender com mais
leveza e garantir a fluência.
Um estudo realizado no Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos, sugere
que as crianças permanecem hábeis a aprender a gramática de um novo
idioma até os 18 anos. No entanto, o mesmo estudo descobriu que é quase
impossível para as pessoas atingirem a proficiência semelhante ao de um
falante nativo, a menos que comece a aprender um idioma até os 10 anos.
Voltando
aos direitos da criança, vivendo em um mundo tão conectado, não seria
também um direito conseguir se comunicar globalmente e ter uma formação
que permita uma maior abertura a outras culturas e outras vivências? Uma
criança precisa muito mais que o necessário para viver, mas assim como
garante o ECA, ela tem direito à educação, à profissionalização e à cultura. E é isso que o bilinguismo proporciona.
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