Nutricionista explica como ter uma alimentação mais saudável é fundamental para fortalecer o organismo contra doenças
Dados
alarmantes revelam que o câncer de mama afeta milhares de mulheres
brasileiras anualmente. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA),
este é o tipo mais comum, respondendo por cerca de 30% dos novos casos
da doença a cada ano. E, apesar dos avanços no tratamento, é uma das
principais causas de morte por câncer entre o público feminino.
Nesse
cenário, a mobilização se torna fundamental para incentivar o
diagnóstico precoce da doença, uma vez que a detecção em estágios
iniciais aumenta consideravelmente as chances de tratamento
bem-sucedido. Dessa forma, o Outubro Rosa hoje não se limita a uma
campanha, mas sim a uma importante jornada de educação, prevenção e
cuidado com a saúde das mulheres e da população em geral.
Entretanto,
além das ações voltadas para a conscientização e realização regular de
exames preventivos, é importante destacar a influência dos hábitos de
vida saudável na prevenção do câncer de mama, considerando que é uma
doença multifatorial onde a genética, estilo de vida e fatores
ambientais também estão envolvidos. A preocupação com os dois últimos
itens se deve ao fato de que apenas 5% dos casos de câncer têm relação
com histórico familiar. A porcentagem restante fica a cargo de mutações
dos genes BRCA1 e BRCA2, que têm ligação direta com os casos de câncer
de mama associados com o estilo de vida e ao ambiente.
Muitos
alimentos contêm nutrientes com propriedades antioxidantes e
anti-inflamatórias, como fitoesteróis, vitaminas C e E, e betacaroteno.
Esses nutrientes desempenham um papel crucial na proteção das células do
corpo.
Diversos
estudos comprovam que manter um padrão de alimentação saudável pode
reduzir o risco de desenvolvimento do câncer. A relação entre uma dieta
saudável e a manutenção do peso corporal é um aspecto vital,
especialmente para mulheres na pré e pós-menopausa, devido às mudanças
hormonais que ocorrem nesta fase. Vale ressaltar que, embora seja menos
comum, homens também podem ser afetados por essa doença, portanto, a
prevenção e o cuidado devem ser uma preocupação para ambos os sexos.
A Importância da Campanha
O
Outubro Rosa não é apenas um mês de conscientização, mas uma
oportunidade para promover mudanças reais na saúde das mulheres. Essa
campanha inspira ações como:
Acesso a Exames: Mobiliza esforços para garantir que as mulheres tenham acesso facilitado à mamografia e ao diagnóstico precoce.
Educação: Promove
a educação sobre autoexame e fatores de risco para que as mulheres
possam adotar medidas preventivas em suas vidas cotidianas.
Apoio Psicológico: Oferece apoio psicológico e emocional para as mulheres que estão enfrentando o diagnóstico e tratamento do câncer de mama.
Solidariedade: Estimula a solidariedade, incentivando doações para organizações de combate ao câncer e apoio a pacientes.
Fatores de risco relacionados à alimentação
1.O
consumo de álcool é considerado um fator de risco para o
desenvolvimento de câncer de mama. Não há indicação de dose segura.
Portanto, a recomendação da IARC (Agência Internacional de Pesquisa em
Câncer) é não consumir principalmente no período pré menopausa;
2.
Em relação ao peso, estudos mais atuais demonstram que o fator de risco
se deve não apenas ao excesso de peso, mas ao aumento do percentual de
gordura, especialmente na região abdominal. Outra condição comum
associada ao ganho de peso é o menor controle glicêmico, que também
teria impacto negativo e pode colaborar com o surgimento da doença;
3.
O consumo de alimentos ultraprocessados é associado com maior
incidência da doença e as razões para essa associação são: baixa
qualidade nutricional e presença de substâncias que atuam de forma
semelhante ao estrogênio (os chamados disruptores endócrinos);
4.
Os agrotóxicos podem atuar como iniciadores, promotores e aceleradores
de mutações que originam um tumor. Nas categorias de agrotóxicos e
poluentes químicos, estão presentes substâncias que apresentam
propriedades bioquímicas semelhantes ao estrogênio (hormônio feminino
responsável pelo controle da ovulação e preparo do útero para a
reprodução), que ocasionam um estímulo hormonal adicional. Segundo o
INCA (Instituto Nacional de Câncer), mulheres que apresentam agrotóxicos
no organismo, têm o dobro de chances de desenvolver câncer de mama.
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