Caros amigos
Há poucos dias me vi obrigado a compulsar
os ensinamentos do livro “Liderança &Propósito”, de Fred Kofman.
Gostei muito do que li, mas dediquei especial atenção ao capítulo que
continha o título dado a esta compilação aplicada.
Na opinião do autor, o poder literalmente
sobe à cabeça, é viciante e pode destruir a vida de quem o conquista e,
em seguida, “sucumbe” a ele.
As seduções do poder induzem o
conquistador, o líder, a perder as habilidades (ou os propósitos) que o
levaram a tê-lo. E cita a célebre assertiva de Lord Acton* de que o
poder tende a corromper e que o poder absoluto corrompe absolutamente. É
oportuno lembrar que o termo corrupção, usado nesta lição, refere-se à
degradação do comprometimento do líder com os propósitos que nortearam a
sua ascensão.
O autor prossegue afirmando que o poder
incentiva as pessoas a agir segundo seus próprios caprichos, desejos e
impulsos, isto é, a sentirem-se tentadas a tomar decisões mais
arriscadas, a terem rompantes de impetuosidade e a falarem o que pensam
sem antes submeterem seus pensamentos ao que chama de “filtros sociais”,
o que não é mais do que dar-lhes a forma adequada às circunstâncias e
ao interesse coletivo.
Afirma também que as pessoas, ao
sentirem-se poderosas, têm mais propensão a mentir e a serem vítimas do
egocentrismo e do narcisismo, e que, nessas condições, são mais
predispostas a serem impulsivas e insensíveis, a falar fora de contexto e
a provocar amigos e colegas de forma hostil e humilhante.
“O paradoxo é que o poder é dado às
pessoas para que gerem um bem ainda maior, mas, uma vez que o possuem,
elas tendem a abusar dele”!
Neste cenário, Fred Kofman lembra o conto
do escorpião que, não conseguindo dominar a sua natureza, mata o sapo
que o estava carregando para a outra margem do rio e, assim, afunda
junto com seu benfeitor. Não são todas as pessoas que, no poder,
conseguem controlar a sua natureza. É fato!
E conclui asseverando que quem deseja
liderar precisa ter uma “integridade heroica” face ao poder; precisa
trabalhar com honestidade, respeito, de forma justa, aberta, humilde (eu
diria, honestamente humilde), cuidadosa e inspiradora, todos os dias,
porque, sem isso, não logrará comprometer seus seguidores com a missão
que cabe a ele conduzir.
Por fim, Kofman afirma que, se o líder não
tiver disciplina e consciência da sua missão, a influência corruptora
do poder e a reação à atitude crítica dos que o apoiam o farão TRAIR
seus seguidores.
É o que ele chama de PARADOXO DO PODER.
Nenhum comentário:
Postar um comentário