Assisti
ontem no almoço a uma conversa entre um fanático por carros e o dono de
uma das maiores redes de revendedoras do país. Um se queixava dos
preços, que sobem toda semana, o outro explicava que todas as lojas
estão vazias e isso não vai mudar “pelo menos nos próximos quatro meses”
(no que se refere ao que vem do exterior).
“As
fábricas pararam no mundo inteiro. Milhares de empregados foram
demitidos. Quando retoma num país fecha no outro, e assim vai. E como o
sistema hoje é global, com cada coisa feita numa fábrica diferente, não
tem peça, não tem carro. E, ainda por cima, uns mais outros menos, é
tudo dólar. E aí o preço voa. Estamos cobrando taxa pra reservar um
carro por 24 horas. E se o cara pára pra pensar, vem outro e compra. Não
tem mais carro no mercado. Nem pra alugar. E vai piorar“.
Isso na ponta da oferta. Na da procura corre o processo inverso!
Os
ricos pararam de viajar. Não têm no que gastar dinheiro. Carro de rico,
então, virou um verdadeiro “asset”. Os preços estão malucos, correndo
muito à frente do dólar que também correu bastante. Tem fila de espera
pra carro pra cima de meio milhão. Quem comprou uns meses atrás está
vendendo hoje com um lucro enorme. “Terreno de pandemia” é pior ainda.
Os loteamentos (e as construções) ate 150km dos grandes centros urbanos
estão sendo disputados a tapa e com preços em disparada…
No
lado dos pobres, problema semelhante, guardadas as proporções. Todos os
governantes, da “esquerda” e da “direita” (eles são, sempre e em
qualquer lugar, diferentes só no estilo), estão garantindo sua
“popularidade” distribuindo “ajudas” polpudas aos seus públicos e,
portanto, promovendo o consumo, enquanto, por bem ou por mal, acabam
proibindo a produção. E aí os preços decolam. É o que está acontecendo,
por exemplo, no setor de material de construção e de alimentos básicos
no Brasil.
Como é que arruma isso antes que estoure?
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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