Por Folhapress | Fotos: Reprodução
O convite do presidente Barack Obama foi endereçado meses atrás aos
chefes de Estado, mas o Brasil ainda não respondeu devido à indefinição
do processo de impeachment.
O Brasil recebeu até agora 2.298 refugiados da Síria, país em guerra
civil desde 2011, que já deixou mais de 400 mil mortos. Os EUA esperam
que todos os países participantes da conferência assumam o compromisso
de absorver parte dos refugiados. A expectativa varia de acordo com o
país -a cota do Brasil é semelhante à da Argentina.
De acordo com o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), o número
de solicitações de refúgio aumentou 2.868% entre 2010 e 2015, de 966
para 28.670. Hoje há 8.863 refugiados reconhecidos no Brasil, diz o
órgão, de 79 nacionalidades. Os maiores grupos são de sírios (2.298),
angolanos (1.420), colombianos (1.100), congoleses (968) e palestinos
(376).
Nos EUA, a meta de receber 10 mil refugiados sírios até setembro deve
ser ultrapassada. Somente em junho entraram mais de 2.300. Os EUA
receberam 9.098 refugiados sírios desde outubro de 2015, quando a meta
anunciada pelo presidente Obama foi estabelecida, e 10.981 desde o
início do conflito, segundo o Departamento de Estado.
A conferência de refugiados é uma das últimas iniciativas de Obama
antes de deixar a Casa Branca, em janeiro, e ele espera sair dela com um
compromisso internacional de peso para negociar com o Congresso a meta
para o próximo ano.
No governo americano, a expectativa é de que o fim do processo de
impeachment permitirá que a relação com o Brasil tenham um recomeço, sem
a instabilidade dos últimos meses. As prioridades dos EUA são
intensificar o comércio e parcerias como na área de segurança, que se
aprofundou durante a Olimpíada. Os americanos também querem uma posição
mais clara e um papel mais ativo do Brasil na crise na Venezuela.
Até agora o governo americano reagiu com cautela ao processo de
impeachment, repetindo a posição de que respeita as instituições
brasileiras. Caso Michel Temer seja confirmado na Presidência, fontes da
Casa Branca não descartam um encontro com o presidente Obama, que
poderia ser na reunião do G-20, nos dias 4 e 5 de setembro na China, ou
na Assembleia Geral da ONU, dia 20.
O interesse americano em energizar as relações combina com a disposição
do novo embaixador do Brasil em Washington, Sérgio Amaral, que também
quer priorizar as relações comerciais. Ele deve assumir o posto dia 5 de
setembro, substituindo Luiz Alberto Figueiredo, ex-chanceler de Dilma
Rousseff, que assume a embaixada do Brasil em Portugal.
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