Saja al-Dulaimi, de 28 anos, se separou do líder três meses após casamento.
Em entrevista a jornal sueco, ela chama o EI de terrorista e condena ataques.
Saja al-Dulaimi, de 28 anos, mora no Líbano, onde ficou presa por pouco mais de um ano junto com os três filhos pequenos.
Segundo a AFP, um exame de DNA confirmou que uma de suas filhas, Hagar, de 7 anos, é de Bagdadi – um dos fundadores do EI, proclamado califa pelo grupo terrorista. Ele é um dos homens mais procurados do mundo, e os americanos impuseram o preço de US$ 10 milhões por sua cabeça.
Mas Saja disse ao jornal sueco que não sabia de nada disso. Ela era viúva quando, seguindo os conselhos de seu pai, casou-se pela segunda vez com Al-Bagdadi, em 2008. Ela afirma que, no pouco tempo em que ficaram juntos, ele parecia um "pai de família normal", professor universitário e muito querido pelas crianças. Assista à reportagem em vídeo (em inglês).
mostra Abu Bakr al-Bagdadi, líder do Estado Islâmico
(Foto: AP Photo/Iraqi Interior Ministry, File)
Separação
Saja alega tê-lo deixado apenas três meses depois do casamento, quando estava grávida da filha. O motivo, segundo ela, foi o ciúme da primeira mulher de Al-Bagdadi, que não tinha sido avisada de que ele se casaria pela segunda vez com Saja.
“Não é que eu tenha fugido dele. Não tinha a nada a ver com a pessoa dele. Eu não estava feliz. Era injusto com a primeira mulher dele”, afirmou.
Saja diz que Al-Bagdadi entrou em contato com ela depois que soube do nascimento da filha dos dois. Segundo ela, ele tentou convencê-la a voltar, mas ela recusou.
“Se eu quisesse viver com al-Bagdadi, poderia ter vivido como uma princesa. Mas não quero dinheiro. Quero viver livre”, diz.
Ela descreve Al-Bagdadi como uma pessoa misteriosa, que às vezes desaparecia por vários dias, dizendo que tinha ido visitar seu irmão. “Ele não falava muito de seu passado. Não era muito falante. Passava os dias na universidade, encontrávamos à noite, no jantar”, diz.
Culpa
Na entrevista, Saja chamou o EI de terrorista e condenou os ataques de Bruxelas. “É assassinato, sangue e brutalidade”, diz.
Ela diz que é favor de liberdade e que gostaria de morar na Europa, e não em um país árabe.
De uma família burguesa iraquiana, Saja se casou pela primeira vez, segundo ela, com um iraquiano da guarda pessoal do ex-ditador Saddam Hussein, com quem teve gêmeos.
Ela foi presa quando tentava entrar na Síria. Segundo Saja, o governo queria punir seu pai e seu irmão, que teriam ligações com grupos rebeldes. Há poucos meses, ela foi solta junto com outras mulheres.
Saja diz que não aceita ser rotulada como terrorista por causa de seu casamento com Bagdadi. "Que culpa eu tenho de tudo isso? Casaram-me com ele em 2008. Agora estamos divorciados", afirmou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário