MEDIÇÃO DE TERRA

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quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

ABTLP 360: Produtos Perigosos em Foco terá sua primeira edição em São Paulo

 

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Foto: Divulgação

Com o compromisso de seguir promovendo o conhecimento no setor de transporte rodoviário de produtos perigosos, a Associação Brasileira de Transporte e Logística de Produtos Perigosos (ABTLP) realizará a primeira edição do ABTLP 360: Produtos Perigosos em Foco, evento que contará com debates importantes para o segmento, acompanhado de palestras com especialistas em diversas áreas.

O encontro acontecerá no dia 13 de fevereiro, a partir das 09:00, no auditório do Palácio dos Transportes em São Paulo e tem como principal objetivo trazer ensinamentos e reflexões importantes para o setor. No painel 1, o tema abordado será “Regulamento para o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos”, com o palestrante Rodrigo Amorim, da ANTT. Este painel é muito relevante visto que o regulamento entrará em vigor no dia 28 de fevereiro.

No painel 2, os debates irão girar em torno da infraestrutura e responsabilidade ambiental, com o tema “Pesquisa CNT sobre Infraestrutura Rodoviária no Brasil”, que será apresentado por Tiago Fernandes Tavora Veras, da CNT.

Ainda na programação, ocorrerá duas palestras: “Infraestrutura Rodoviária Brasileira: Um Olhar Técnico sobre a queda da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira”, com o Coordenador da Câmara Especializada em Engenharia Civil do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de São Paulo - CREA/SP, Roberto Racanicchi, e “Responsabilidade Ambiental no Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos: O Caso da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira”, com o advogado, Dr. Marco Antonio Gallão.

Durante o evento, a ABTLP irá realizar a cerimônia de posse do presidente eleito para o triênio de 2025 - 2027, Oswaldo Caixeta. Ele chega para continuar o trabalho de fortalecimento do setor de transporte rodoviário de produtos perigosos, trazer novas ideias e uma liderança focada no futuro.

O evento será realizado no Auditório A do Palácio dos Transportes, em São Paulo, na Rua Orlando Monteiro, 21 - Vila Maria/SP, no dia 13 de fevereiro, das 09:00 às 12:00, de maneira gratuita. Clique aqui e inscreva-se para participar.


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Sobre a entidade:


A ABTLP é uma entidade de classe com mais de 25 anos de atuação, criada para defender os interesses de transportadores e operadores logísticos com trabalho no segmento de produtos perigosos, junto aos poderes constituídos em âmbito nacional, estadual e municipal.

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 *Disponíveis para entrevistas e contribuições.

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Informações para a imprensa

Grupo Mostra de Ideias

Airton Junior

Assessor de Comunicação e Imprensa

(11) 95945-1428 (WhatsApp)

assistente@mostradeideias.com.br

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Rodrigo Bernardino

Assessor de Comunicação e Imprensa

(11) 98260-9162 (WhatsApp)

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perpetuação de ciclos traumáticos em diferentes gerações de mulheres é tema do livro de estreia da escritora e roteirista paulistana Patricia Tischler

 


A morte de uma tia querida é o início de uma jornada de descobertas e compreensão do amor em “Vanessa Halen: tudo o que não quis mas já é”.


A jornalista investigativa Vanessa Halen precisa lidar com o luto pela morte de Leila, tia-avó e única familiar que realmente impactou sua vida. Porém, ao começar a explorar a história da tia, Vanessa será confrontada por segredos e mistérios que nunca poderia imaginar. É assim que a escritora paulistana Patricia Tischler apresenta o seu primeiro romance, “Vanessa Halen: tudo o que não quis mas já é” (135 págs.).


A obra gira em torno de traumas e do reflexo que os “carmas familiares” têm em diferentes gerações, assim como da capacidade de cada um construir o seu próprio caminho a despeito deles, ainda que aos trancos e barrancos. Em contraponto à dor vivenciada pela personagem, um passeio por seus afetos revela mais sobre a personalidade de Vanessa. Seja nas lembranças sobre a tia Leila ou na relação com a amiga Marta.


Com um enredo dinâmico, que se passa tanto em São Paulo, capital, quanto em Florianópolis (SC), e que mescla as investigações sobre a vida pregressa da tia-avó com a descoberta de um novo amor, o livro aborda a história de mulheres que fazem escolhas difíceis e incomuns, na tentativa de serem felizes à sua própria maneira, sem a necessidade de se conformar ao que é esperado delas.


“Neste livro, crio personagens que procuraram não se render à posição de vítima. Que passaram pelos ciclos de traumas, compreenderam serem eles repetições do que viera antes, e fizeram deles o símbolo do que não querem mais perpetuar”, explica a autora, que se descreve como “nômade, ex-yogi, fotógrafa entusiasta, funcionária do Itamaraty e escritora”. Inicialmente, com um blog sobre suas viagens, a autora, que atualmente vive na Dinamarca, começou a buscar sua voz na escrita por vários caminhos até chegar em seu primeiro livro e também na newsletter In-Sight, onde divulga textos diversos.


Em “Vanessa Halen: tudo o que não quis mas já é”, Patricia explora também a realidade de pessoas, como a protagonista, que por causa do  histórico familiar, nunca tiveram um lar e pela primeira vez se vêem diante da necessidade de criar raízes. Para a autora, as relações intergeracionais têm um grande papel nas escolhas das personagens, que não conseguem se permitir relacionamentos saudáveis por medo de reproduzir o que elas mesmas vivenciaram.  “Gosto de explorar a ideia de ciclos, que se reproduzem e perpetuam, mas sempre com algumas diferenças.”


De Van Halen a Eric Clapton: conheça a história do livro


Ao retornar ao Brasil para receber a herança de sua amada tia Leila, Vanessa Halen se depara com os objetos e memórias contidos naquele apartamento que foi como uma segunda casa e que agora é seu. Enquanto organiza os pertences da tia-avó, acumulados ao longo de 86 anos de vida, Vanessa descobre um armário misterioso, cujo conteúdo desencadeia uma investigação sobre a vida daquela que foi a sua parente mais querida e que ela descobre não ter conhecido tão bem quanto pensava.


Vítima de um ciclo de abusos, desde a criação fragmentada por uma mãe ausente que só proporcionou um nome de trocadilho que irrita Vanessa (uma alusão à banda de hard rock norte-americana Van Halen) e um pai abusivo e moralmente questionável, Vanessa encontra em tia Leila a referência familiar que molda sua personalidade.  A amizade com a tia é evocada em diversas passagens do livro, que enfatizam o amor que as duas compartilharam. Com o faro aguçado de jornalista, Vanessa empreende uma jornada para preencher as lacunas que não conhecia sobre Leila, enquanto descobre mais sobre si e seus afetos.


Durante a resolução de burocracias do processo de luto, Vanessa conhece Eric, que trabalha em um Poupatempo e a coincidência do nome “criativo” de ambos gera uma primeira conexão. Assim como a jornalista, Eric carrega o fardo de um nome famoso nos seus documentos: Eric Clapton Guimarães e Souza. De um flerte inicial despretensioso a uma relação que se desenvolve em meio aos traumas e limitações de ambos, Vanessa começa a abrir sua vida complicada para Eric enquanto vai aprendendo com o que se parece o amor.  


Em pouco tempo, pequenos aspectos de uma rotina amorosa se estabelecem. O retorno ao bar do primeiro encontro, os desenhos de Eric durante cada conversa. O relacionamento com Eric avança paralelo ao processo de luto de Vanessa. Um mix de sentimentos que se revela a cada etapa.


Mas dar esse passo não é um processo fácil. Com uma relação anterior originada em violência, Vanessa precisa lidar com outros tipos de luto, além da perda de sua tia querida. Para isso, também conta com a amiga Marta, que a acompanha durante suas investigações sobre o passado da tia. A relação com a amiga de longa data é um suporte durante um momento difícil, mas também ilustra a possibilidades de novos começos quando Marta conta a Vanessa que está grávida.   



O primeiro romance de Patricia Tischler


Nascida e criada em São Paulo, Patricia já morou em Brasília, Florianópolis, Madri, Londres, Tallinn (entre outras) e atualmente vive em Copenhague. Após deixar a carreira na yoga para trás, encontrou na escrita (de roteiros e, agora, literária) uma maneira de canalizar suas áreas de interesse variadas.


Com o histórico na ginástica durante a juventude e posteriormente a yoga, a relação com a escrita foi postergada por muito tempo. Aos 30 anos, já funcionária do Itamaraty, Patricia teve a primeira missão no exterior em Hanoi, Vietnã, e sentiu a necessidade de compartilhar essa experiência com família e amigos. Fotos e relatos por e-mail deram origem ao primeiro blog da autora.


Patricia sempre foi uma leitora ávida de ficção, dos policiais aos romances históricos, e ao longo da vida fez diversas tentativas de começar a escrever, mas terminava explorando essa sua necessidade por “mundos inventados” apenas em suas leituras. 


Após se dedicar ao estudo de roteiro em instituições como o Sesc-SP, New York Film Academy e London Film Academy, Patricia sentiu dificuldade de encontrar parceiros para produzir suas histórias por meio do audiovisual. Foi então que começou a fazer o curso de narrativas da escritora Ana Rüsche, com quem já estuda há dois anos, e se encantou com a liberdade dada pela escrita em prosa. “Descobri na escrita de ficção uma forma de mostrar as minhas investigações, experiências e descobertas.” 


“Vanessa Halen: tudo o que não quis, mas já é” é o primeiro romance de Patricia e levou pouco mais de dois meses para ser concluído. “Impressionada com as possibilidades que se abriam, tanto para contar as histórias que eu queria, como para divulgar meus textos, nem bem terminei um e já comecei a converter alguns projetos de audiovisual para a narrativa”, conta a autora que já está com vários projetos na fila, como o segundo romance, e o livro de contos “Tragédias Paulistanas", que teve um texto publicado na edição de setembro/outubro da revista The Bard.


Confira trechos do livro:


“Acho que o hábito de escrever cartas foi o que me fez desenvolver um estilo de escrita meio pessoal, quase conversando com o leitor. Tive editores que tentaram me corrigir, fazer do meu jornalismo algo impessoal e menos tendencioso, como se isso fosse possível. Existem tantas

realidades quantos pares de olhos que a observam.”


“Sempre penso em sexo com um novo parceiro como uma dança com um par com quem jamais dancei. Os passos, mesmo que ambos os saibamos, normalmente saem meio desconjuntados no início. E é preciso ter um certo senso de humor para persistir naquela coreografia confusa.”



Adquira “Vanessa Halen: tudo o que não quis mas já é” pelo site: https://amzn.to/4ffhHpD 



“finde mundo”: contemplado pelo Prêmio Carolina Maria de Jesus, livro de poesia da dramaturga Lígia Souto reflete sobre finitude, cotidiano e política

 

“finde mundo”: contemplado pelo Prêmio Carolina Maria de Jesus, livro de poesia da dramaturga Lígia Souto reflete sobre finitude, cotidiano e política

Publicada pela editora Patuá, obra marca a estreia literária da atriz, dramaturga e roteirista paulistana


“finde mundo é escrito numa linguagem despida de lirismo para registrar o absurdo de um real cotidiano que tomou o Brasil de assalto no final da segunda década deste século e deste milênio.” 

Trecho do prefácio assinado pelo jornalista e escritor Leo de Sá Fernandes



Encarar o fim como fato e possibilidade e, ainda assim, seguir a vida. É essa inquietante dualidade que encontramos em finde mundo” (164 págs.), obra de estreia na poesia da atriz, dramaturga e roteirista Lígia Souto, publicada pela editora Patuá.  


Contemplada, em 2023, pelo Prêmio Carolina Maria de Jesus de Literatura Produzida por Mulheres (MinC), a obra conta com a caligrafia da autora e poemas que brincam com a informalidade, além de paratextos assinados pelo escritor e jornalista Leo de Sá Fernandes. 


finde mundo” divide-se em seções que representam os meses do ano, partindo do cotidiano para abordar angústias relacionadas com a finitude e, a partir dessa exposição do dia a dia, inseri-las na contemporaneidade de maneira crítica e dotada de significados subjetivos e também políticos. É nesse sentido que o prefaciador Leo de Sá destaca que a força motriz de Lígia em “finde mundo” parece a mesma da pergunta do filósofo e crítico cultural britânico Mark Fisher no subtítulo de seu livro ‘Realismo Capitalista’: “É mais fácil imaginar o fim do mundo do que o fim do capitalismo?”


Ao refletir sobre sua obra, a autora resume: “‘finde mundo’ parte da perspectiva de um eu-lírico que aguarda, e até anseia, pelo fim de tudo - e tem que lidar com a realidade implacável da vida que continua. Juntos, os poemas traçam um calendário do cotidiano de quem vive, dia após dia, mês após mês, a vida na ansiedade da espera e se pergunta ‘o que fazer com o tempo que ainda tenho nas mãos? o que sentir?’” E essa pergunta, diante da indagação filosófica de Mark Fisher, ganha ainda mais dimensões. 


Para Lígia, que escreve desde a alfabetização, ter sua estreia literária legitimada por um prêmio nacional representa um reconhecimento de seu ofício como escritora. Ela conta que suas principais influências para escrever e se comunicar foram Ana Cristina César, Paulo Leminski e José Saramago, e destaca que “A teus pés”, de Ana C., foi uma referência para a escrita e também para a estética do seu livro de poesia. Nele, a reflexão parte de dentro e ganha novos contornos quando os poemas são lidos em conjunto. Assim, a casa, o quintal e os pensamentos do eu-lírico se expandem até conseguir englobar o resto do mundo, sobretudo o Brasil, como cenário do caos. 


Segundo o prefaciador da obra, a casa e o quintal tornam-se o espaço onde a sujeita-lírica pousa o seu olhar poético e inconformado: “As notícias do fim do mundo chegam e atravessam as paredes sem precisar de mensageiros, e ganham ares de horror causando uma atmosfera tensiva em alguns versos”. Mas, embora o “finde mundo” possa parecer um pouco trágico e assustador à primeira vista, o livro também se arvora de um tom humorado e encantador que perpassa os leitores. Leo destaca o quintal como a zona fronteiriça entre a casa e a rua, o público e o privado e o rural e o urbano, em que o fim torna-se começo e resta ainda alguma esperança. 


"Acho que poderia dizer que o que fica do "finde mundo" é a certeza de que, mesmo que o mundo se acabe, o amanhã sempre chega", observa a autora, ao refletir sobre a obra.


Lígia Souto: conheça a autora que encontra o fim e o começo nas palavras


Natural de São Paulo, Lígia Souto é atriz, dramaturga e roteirista. Começou a escrever ainda criança, criando livretos e histórias em quadrinhos que se perderam com o tempo. Por isso, passou a guardar todos os cadernos que produziu ao longo dos anos e aos 19 anos criou um blog "secreto", que usava apenas para guardar seus textos, o que serviu de acervo para resgatar os poemas que hoje compõem o livro "finde mundo"


Em 2015, aos 23 anos, se formou em atuação e no mesmo ano ingressou no curso de dramaturgia da SP Escola de Teatro. Desde então, escreveu as peças Estrangeiro; Udumbara; Cinema Jenin (coautoria - peça vencedora do Concurso Anual de Dramaturgia DramaTEns 2018 em Portugal) e Sozinhos, vc sabe que eu te amo; além de ser co-criadora e editora de teatro em livro na editora efêmera, criada para publicar dramaturgias brasileiras contemporâneas; e foi roteirista da série de ficção Boto (2020, TV Cultura) e do reality show Drag Me As A Queen! Celebridades (3 e 4T, Canal E!). 


No momento, está trabalhando em um novo original de poesia, centrado no universo onírico, e também uma nova dramaturgia, ainda sem previsão de lançamento.


Confira o poema “corpo-espaço” (pág. 151):


ultimamente eu sinto dores

pequenas e agudas

em lugares que não sei.

tubulações obstruídas de desejos frustrados

ou motor sem água, sem óleo

sem sangue.

ou terras vazias, espaços vagos

não-habitados

com ninguém além de mim.

dores

tão minúsculas e estridentes

como pequenos balões estourando

e murchando

e me lembrando

da festa que eu já fui.”



Adquira "finde mundo" no site da Patuá:

https://www.editorapatua.com.br/finde-mundo-poemas-de-ligia-souto/p



IMAGENS PARA A IMPRENSA:

Foto Lígia Souto 01 | Crédito: Mariana Gabetta
Foto Lígia Souto 02 | Crédito: Mariana Gabetta
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Jornalistas responsáveis: Karoline Lopes e Marcela Güther

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“De Amor e Outros Ódios”: obra semifinalista do Jabuti 2024, na categoria crônicas, da psicanalista Camila Anllelini, aborda relação entre mãe e filha

 

“De Amor e Outros Ódios”: obra semifinalista do Jabuti 2024, na categoria crônicas, da psicanalista Camila Anllelini, aborda relação entre mãe e filha

Natural de Pelotas (RS) e vivendo no Rio há cerca de 20 anos, Camila se destaca em livro de estreia, que também foi finalista no Prêmio Minuano de Literatura 2024.


 “Esse livro nos ensina o quanto as narrativas que ouvimos sobre nossa própria gênese nos marcam, moldam, determinam. Nossa própria mitologia individual começa a ser contada pelos lábios agridoces das nossas mães. E mesmo que escutemos de outros lábios, é dos delas que as palavras são ditas, seja com a carga de sortilégio ou de maldição.”

Fernanda Samico no prefácio


O primeiro elo de uma pessoa é com a mãe. Pela literalidade do cordão umbilical, passando pela conexão da amamentação, a relação simbiótica de construção de si física e psicologicamente nunca passa incólume à figura materna. Em “De Amor e Outros Ódios (Editora Patuá, 137 pág.), Camila Anllelini (@camilaanllelini) apresenta uma personagem recorte de suas próprias experiências em uma série de crônicas e cartas à mãe.


O livro, que foi semifinalista no Prêmio Jabuti 2024, na categoria de crônicas e também finalista no Prêmio Minuano de Literatura 2024 na categoria narrativas curtas, vem do desejo da autora de que as pessoas possam fazer as pazes com suas contradições. “Cada leitor ou leitora que me procura para dizer que encontrou nas páginas desse livro algo da sua singularidade me faz acreditar um pouco mais nesse trabalho.”, explica.


Escritora e psicanalista, Camila relata a dificuldade de definir um estilo para seu livro. “Tenho como fio condutor a poesia.” A construção de uma linguagem poética que perpassa toda sua escrita, independente do gênero textual. Para a autora, "este livro representa uma dose de coragem na qual antes dele me parecia selvagem e depois dele passou a ser bonita.”


A contradição no amor de mãe e filha


Sigmund Freud reconhece a relação primitiva entre uma menina e a mãe como uma fase fundamental permeada por uma combinação de sentimentos como amor e ódio. Camila traduz essa ambivalência em “De Amor e outros Ódios” com uma personagem que está emaranhada na figura materna no que ama, mas também no que repele e rejeita dessa mãe.


Com uma narrativa em primeira pessoa, as personagens não têm nomes, mas as personalidades bem marcadas. A mãe é uma sobrevivente de um acidente que quase a matou e também por isso valoriza a vida de forma muito vibrante. Uma “mulher ao revés”, como explica a filha. 


Esta que se define de forma quase sempre contrária, como alguém que precisa conferir ordem ao mundo, para compensar o espírito livre de sua mãe. Há um olhar de preocupação e às vezes quase de rancor por essa mãe tão “diferente”, mas também uma admiração genuína por parte da filha que também costuma esquecer sua própria rigidez para se deslumbrar com a forma bonita que a mãe escolhe existir. “Silenciei imediatamente a ânsia de fazer funcionar um planeta inteiro no ritmo da minha engrenagem para poder vê-la. Dançando fora de tom, de jeito engraçado como sempre, alegre de sentir o corpo vivo.” (pág. 73)


Como se os papeis pudessem se inverter, a filha encontra nessa mãe a criança, que ela muitas vezes reprimiu em si mesma em um movimento de compensar na família as funções de cada um. 


Literatura com uma dose de psicanálise


Camila Anllelini sempre nutriu uma admiração por cronistas. Desde menina alimentava a imaginação com a ideia de autores com estante que cobriam paredes, como nos filmes, que demandam uma escada para acessar livros que chegam até o teto. Sonhava em assinar uma coluna de jornal enquanto admirava o trabalho de autores de Martha Medeiros a Luis Fernando Veríssimo, assim como a descoberta dos que vieram antes como Clarice Lispector, Cecília Meireles e Carlos Drummond de Andrade. “Admiro o trabalho de costura para alcançar a concisão necessária às narrativas curtas, não há tempo para rodeios em uma crônica.”


Natural de Pelotas, Rio Grande do Sul, Camila Anllelini apresenta em “De Amor e Outros Ódios” um emaranhado da complexidade com a relação materna, a partir da franqueza transparente de uma psicanalista. Radicada no Rio de Janeiro desde os 15 anos, a autora de 35 anos passou por diversas áreas incluindo administração, moda e dança, antes de se encontrar na psicanálise. Com mestrado em Resolução de Conflitos e Mediação pela Faculdade de Psicologia da Universidad Europea del Atlántico, da Espanha, posteriormente seguiu sua formação junto ao Corpo Freudiano Escola de Psicanálise e no fim de 2024 concluiu uma pós graduação em Psicanálise, Arte e Literatura pelo Instituto ESPE. Atualmente é associada ao Círculo Psicanalítico do Rio de Janeiro. 


“De Amor e Outros Ódios” é seu primeiro livro publicado, após algumas experiências de publicações com coletivos virtuais. Foi a partir do momento que decidiu fazer da escrita um ofício que ela iniciou as publicações autônomas. A autora aponta que esse processo ajudou a entender a necessidade de distanciar do texto para publicá-lo. “Quando estamos muito enroscados nele não conseguimos entregá-lo a outros olhares.” Camila acredita que é importante se destituir parcialmente do narcisismo para escrever, porque não se pode prever o que acontecerá com o escrito após se tornar público. “Um texto publicado passa a ser de quem o lê.”


Na sua escrita, a leitura de outras mulheres é inspiradora para o seu fazer artístico. Camila tem um apreço por ler autoras vivas e valoriza o trabalho de autoras como Socorro Acioli, Carla Madeira, Aline Bei, Liana Ferraz e Mariana Salomão Carrara. Mas valoriza também aquelas que abriram as páginas dos livros como possibilidade para mulheres como Clarice Lispector, Lygia Fagundes Telles, Hilda Hilst, Adélia Prado e Lúcia Berlin. A autora também reforça a importância de outras linguagens artísticas no seu processo de inspiração. Nas esculturas de Maria Martins, assim como nas obras de Lygia Pape, Adriana Varejão e Claudia Andujar. “Há a música, o cinema, o teatro. Há a vida acontecendo pelas ruas. Todas as formas de linguagem são influências em mim e para mim.”


O processo de escrita de Camila se divide em dois momentos principais: a escrita sem compromisso com forma e estilo, a partir de uma centelha criativa que pode vir de suas leituras, de uma frase, de uma palavra. Após esse despertar do texto, a autora precisa deixá-lo descansar por um tempo. É depois disso que começa o trabalho realmente braçal, com as metas de edição. “Acredito que um texto deve ser reescrito e editado quantas vezes forem necessárias até chegar na forma intencionalmente desejada.” Em “De Amor e outros ódios”, esse processo foi longo, levando quase três anos. A autora conta que precisou esperar a própria ebulição da história, até o ponto que fosse impossível guardá-la unicamente para si mesma. “Mesmo quando eu não estava sentada escrevendo, essa história estava sendo escrita em mim.”


Atualmente está trabalhando em dois projetos, provavelmente o primeiro a ser desenvolvido será um romance, mas ainda sem previsão de publicação. 




Confira um trecho do livro:

“Perdoa atropelar com mais brutalidade do que gentileza teu jeito de criança infinita, mãe. Conseguir enxergar beleza quando a realidade se desfaz de sentido é a herança mais valiosa que carrego. É o cordão umbilical que me acompanha por aí afora. Se toda vez que me espanto com o mundo não corro de volta para casa é porque sei que aprendi contigo a sustentar o peso do corpo. É teu o meu amor atravessado para fora do osso, desculpa se às vezes espeta.”


Adquira “De amor e outros ódios” pelo site da Editora Patuá

https://www.editorapatua.com.br/de-amor-e-outros-odios--cronicas-de-camila-anllelini/p




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