desigualdades
existentes em termos de renda, gênero e acesso aos serviços de saúde.
Se as tendências atuais se mantiverem, a previsão é que as mortes por
câncer do colo do útero nas Américas aumentarão para mais de 51 mil até
2030, devido ao crescimento populacional e ao aumento da expectativa de
vida e, aproximadamente 89% desses óbitos, vão ocorrer na América Latina
e no Caribe¹.
Diante
desse cenário, o IGCC (Instituto de Governança e Controle do Câncer),
em parceria com a Roche Diagnóstica, realizou recentemente um evento em
Brasília (DF) reunindo representantes intersetoriais de vários países da
América Latina, com o objetivo de debater ações de erradicação do
câncer de colo de útero, em consonância com os três pilares
estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS): prevenção,
diagnóstico e tratamento. Durante os debates, os palestrantes
ressaltaram que, com esforços conjuntos, é possível alcançar as metas
estabelecidas pela OMS e eliminar a doença como problema de saúde
pública até 2030¹.
O
diagnóstico precoce do HPV é um dos caminhos para a prevenção do câncer
do colo de útero, pois permite a detecção e o tratamento das infecções
antes de evoluírem para formas malignas. O exame de Papanicolau,
amplamente utilizado para detectar alterações celulares no colo do
útero, tem sido eficaz, mas a introdução de testes moleculares mais
modernos, como o teste de DNA do vírus HPV, oferece uma precisão ainda
maior. Estes testes detectam diretamente a presença do DNA viral de
tipos oncogênicos do HPV, possibilitando a identificação precoce de
infecções persistentes que têm maior probabilidade de evoluir para
câncer. Essa precisão permite intervenções mais rápidas e eficazes,
reduzindo significativamente a incidência e mortalidade associadas à
doença.
“Atualmente,
há um pleito para a incorporação do teste DNA-HPV tramitando junto ao
Ministério da Saúde, por meio da CONITEC, que aguarda a publicação do
DDT (Diretriz Diagnóstico Terapêutico), para que esses exames sejam
disponibilizados aos pacientes no SUS. A utilização de testes de DNA-HPV
como método de rastreamento primário
é a mais recomendado por especialistas em saúde pública do mundo todo e
essa incorporação trará um avanço significativo para este importante
pilar da jornada do paciente no Brasil”, ressalta Giancarlo Frá, líder
de Acesso na Roche Diagnóstica.
A implementação de programas de rastreamento que
incluem testes de DNA-HPV poderá complementar as campanhas de
vacinação, criando uma abordagem dupla que busca tanto a prevenção
quanto a detecção precoce. “Essa estratégia integrada é fundamental para
a erradicação do câncer de colo de útero, especialmente em países com
alta prevalência de HPV e recursos limitados para saúde pública, como o
Brasil”, finaliza Giancarlo Frá.
Nenhum comentário:
Postar um comentário