Publicação
também identifica desafios e propõe soluções práticas e sustentáveis
para ampliar a produção e o acesso à cultura no Brasil
A
organização C de Cultura e o Instituto Veredas acabam de lançar a
pesquisa Cultura em Evidência, documento de 225 páginas que reúne e
analisa dados sobre a produção e o acesso à cultura no Brasil. Um dos
objetivos é sistematizar e tornar acessível informações embasadas e
atualizadas para promover uma maior compreensão do cenário cultural
brasileiro e, dessa forma, apoiar a formulação de políticas culturais
efetivas.
A
publicação ressalta, por exemplo, o abandono do setor nos últimos anos:
a estimativa de perda no biênio 2020-2021 foi de 69 bilhões de reais.
Lembra também que, segundo o IBGE, 338,7 mil organizações atuaram em
atividades do setor cultural em 2019, representando 6,5% das que atualm
formalmente do país – embora apenas 38,5% costumem sobreviver mais de
cinco anos no mercado.
Outros
números levantados podem parecer mais distantes do público brasileiro,
mas servem de inspiração e referência. Um deles vem de uma pesquisa
realizada nos Estados Unidos pela ArtsFund, que concluiu que 71% dos
jovens em situação de risco social envolvidos com arte erudita ingressam
na universidade, contra 48% dos que não têm essa relação. O mesmo
estudo mostrou que bairros de baixa renda que contem com recursos
culturais têm 14% menos casos de abuso infantil e 18% menos crimes
graves do que os demais. São dados que ressaltam a relevância da cultura
para o bem-estar social.
Muitas
das referências internacionais são de políticas públicas. "Cultura em
Evidência" destaca a experiência da Colômbia, que adotou uma abordagem
inovadora ao criar o Conselho Nacional para a Economia Laranja. Composto
por sete ministérios (Comunicações, Cultura, Interior, Finanças e
Crédito, Trabalho, Turismo e Comércio), o conselho implementou
mecanismos financeiros transversais para apoiar os setores culturais e
criativos.
Além
de compilar essas informações, a publicação traça um panorama das
políticas culturais no Brasil desde a redemocratização, mapeia
iniciativas brasileiras e traz recomendações de gestores, secretários da
cultura e representantes da sociedade civil. Uma delas é justamente a
importância da integração de políticas de cultura, saúde, educação,
segurança pública e assistência social.
O
material conta ainda com artigos assinados por participantes da cena
cultural brasileira, como Ana Carolina Martins, pesquisadora da história
e cultura afro-brasileira, Cláudia Leitão, ex-secretária da Cultura do
Estado do Ceará, e Moara Tupinambá, artista visual e ativista das causas
indígenas.
O
conteúdo, dessa forma, reforça o compromisso em ouvir e entender as
vozes que moldam a cultura brasileira, destacando a importância de
envolver diretamente aqueles que estão na linha de frente da criação e
da implementação de políticas culturais. Como resultado, não apenas
identifica desafios enfrentados nos últimos anos como propõe soluções
práticas e sustentáveis.
Outro
ponto levantado é a importância de dados atualizados, acessíveis e
sistematizados para a compreensão do cenário cultural brasileiro e a
formulação de políticas culturais efetivas. Nesse sentido, "Cultura em
Evidência" busca suprir uma grande lacuna. Além do estudo em si, o site
do projeto (culturaemevidencia.com.br) funciona como uma plataforma na
qual todas as pessoas podem ter acesso a uma biblioteca digital com mais
de 100 pesquisas catalogadas durante o seu desenvolvimento.
Para
Mariana Resegue, diretora executiva do C de Cultura, os dados e as
escutas que sustentam o estudo evidenciam, acima de tudo, a importância
da promoção da participação social, a inclusão e a diversidade nas
políticas culturais brasileiras. “Precisamos investir na formação de
gestores culturais, oferecendo as ferramentas necessárias para a
criação, a implementação e o monitoramento de políticas alinhadas ao
desenvolvimento social. É uma responsabilidade de toda a sociedade
incentivar a produção, a difusão e a valorização da cultura, preservando
o patrimônio cultural brasileiro por meio de políticas de fomento à
produção artística, acesso à cultura, participação em eventos e
investimento em espaços acessíveis e fomento da cultura em todo o
território nacional”, completa.
O estudo completo está disponível em www.culturaemevidencia.com.br.
Sobre o C de Cultura
C
de Cultura é uma organização da sociedade civil que tem como missão
valorizar a diversidade cultural dos biomas brasileiros, atuando em
rede, promovendo encontros e fomentando a colaboração, para melhorar a
vida das pessoas. A partir das diferentes expressões da cultura,
provocar encontros que ampliem a consciência sobre as conexões entre o
mundo rural e o urbano, entre culturas tradicionais e contemporâneas,
fortalecendo identidades e valorizando modos de vida que favoreçam o
desenvolvimento de uma sociedade mais justa e sustentável.
Sobre o Instituto Veredas
O
Instituto Veredas é uma organização sem fins lucrativos que tem por
missão construir pontes entre gestão pública, academia e sociedade
civil, de forma que o conhecimento técnico e científico possa ser
utilizado no desenho e aperfeiçoamento de políticas públicas e
intervenções sociais. O Veredas está alinhado com o debate internacional
de Políticas Informadas por Evidências e tem utilizado o seu
ferramental de tradução de conhecimento para abordar uma diversidade de
temas relevantes para a vida da sociedade brasileira.
Mais informações para a imprensa:
João Veiga | Pensata Comunicação | 21 99987-6094 | joao@pensatacom.com
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