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Ênio César de Moraes É poeta e professor. Atualmente é Assessor Pedagógico no Colégio Presbiteriano Mackenzie de Brasília (CPMB) e professor de Língua Portuguesa na Secretaria de Educação do Distrito Federal Em uma aula recente, ouvi da professora esta assertiva conclusão: “O que o aluno constrói, ele não destrói.” Essa fala traduz um termo caro ao ser humano, em sua relação com o mundo: o sentimento de pertença. A sensação de pertencimento ativa algo poderoso em nós. Somos capazes de enfrentar as mais áridas adversidades e, mesmo, muitos dissabores em nome daquilo que tem um pouco de nós: a nossa família, a nossa escola, o nosso time, a nossa cidade, o nosso país. Mais que isso, alimenta nosso otimismo. Vá alguém falar da nossa família, por mais problemática que seja! Um 7 x 1 pode até nos abater, mas não nos tira a alegria de pertencer a uma nação: um dia daremos o troco! Considerando que, em grande medida, a escola representa os primeiros contatos da criança com “o mundo” e que boa parte do que se constrói nesse espaço molda o futuro cidadão, precisamos cultivar nos discentes esse bom sentimento e, sobretudo, levá-los a abrir-se para ele em outros contextos. Para além dos muros da escola, precisamos nos sentir parte de algo, precisamos de paixões, precisamos de causas por que lutar. Caso contrário, o niilismo se instala. E, na provocativa indagação de um famoso rock nacional, “como é que eu vou crescer sem ter com que me rebelar?”. Em outro momento, este mais distante um pouco, ouvi de certo professor, um sociólogo, a expressão “fragilidade institucional”, como referência à incredulidade que toma a população a respeito das autoridades e órgãos governamentais. Outro reflexo da falta de apego, supostamente, àquilo que não nos pertence. Nesse mesmo sentido, vaticinou o ilustre mestre, um dos maiores desafios do nosso país é modificar a relação do brasileiro com o bem público. E explicou: enquanto o cidadão enxergar as ruas, os parques, as praias, os prédios públicos como espaços sem dono ou “do governo”, dificilmente haverá o senso de cuidado e preservação. De igual modo, as iniciativas governamentais, que sempre se voltam aos outros. Então, adeus, senso de coletividade. Aí, caro leitor, você pergunta: que fazer, como mudar esse quadro? Quisera ter a resposta e que a proposta fosse facilmente exequível. Não a tenho e — sem dúvida — trata-se de algo bastante complexo. Mas, certamente, a solução passa pela transformação do espaço escolar em centros de discussão, pesquisa e experimentação que envolvam todos os atores na busca de entendimento e de resoluções para questões que se lhe apresentam diariamente no mundo paralelo à escola e que lhe dizem — ou dirão, num futuro próximo — respeito. Nesse cenário, a pedagogia de projetos e as metodologias (cri)ativas apresentam-se como interessantes possibilidades. Especialmente, porque suscitam desafios e incentivam a aprendizagem colaborativa. E, ao se verem como parte dos problemas, reais ou o mais verossímeis possível, bem como das soluções destes, os jovens hão de perceber que, na vida em sociedade, quase sempre, o “eu” precisa dar lugar ao “nós”; que a força deste, plural, é maior que a daquele, singular. Esse pequeno passo no microcosmo escolar pode representar grande salto para a construção de uma sociedade mais harmônica. Sobre os Colégios Presbiterianos Mackenzie Os Colégios Presbiterianos Mackenzie são reconhecidos, hoje, pela qualidade no ensino e educação que oferecem aos seus alunos, enraizada na antiga Escola Americana, fundada em 1870, por George e Mary Chamberlain, em São Paulo. A instituição dispõe de unidades em São Paulo, Tamboré (em Barueri-SP), Brasília (DF) e Palmas (TO). Com todos os segmentos da Educação Básica - Educação Infantil (Maternal, Jardim, Jardim I e II), Ensino Fundamental e Ensino Médio. Mais informações: Bruno Saviotti bruno.saviotti@viveiros.com.br (61) 9 8598-6889 |
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