Projeto
desenvolvido com investimento da Embrapii é pioneiro no Brasil e vai
permitir a expansão de estações de recarga de alta potência
A
eletromobilidade nacional acaba de dar um novo e importante passo no
sentido de garantir maior autonomia, conforto e segurança para
motoristas, seja para uso pessoal ou comercial. O projeto de estações de
recargas elétricas, apoiado com recursos da Embrapii (Empresa
Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), chegou à sua segunda fase
com o desenvolvimento de estações de maior potência que permitirão
recargas ultrarrápidas de múltiplos veículos elétricos simultaneamente. A
iniciativa foi desenvolvida pela WEG, empresa com sede em Santa
Catarina, juntamente com a Certi (Fundação Centros de Referência em
Tecnologias Inovadoras) – uma das unidades Embrapii credenciada na área
de sistemas inteligentes. O público-alvo dessa nova fase é formado,
principalmente, por empresas frotistas e grandes redes de recarga.
Desde
2015, atua no segmento de eletromobilidade, desenvolvendo uma rede de
eletropostos no estado de Santa Catarina. A partir desta experiência, a
unidade iniciou os entendimentos com WEG para formação da uma parceria. O
projeto, iniciado em 2018, resultou no desenvolvimento pioneiro de uma
rede linha de estações de recarga de veículos elétricos criada com
tecnologia 100% nacional. As estações de recarga foram criadas dentro de
três modelos específicos para atender a diferentes demandas: 1) Modelo
Wall - projetado para residências e condomínios; 2) Modelo Parking –
focado em shoppings, estacionamentos e espaços públicos; e 3) Modelo
Station - destinado a eletropostos em rodovias. Os produtos chegaram aos
mercados nacional e de exportação com sucesso, tendo sido validados
pelos consumidores, o que permitiu a idealização da expansão.
A
segunda fase, em andamento atualmente, prevê a ampliação do modelo
Station, com criação de estações de alta potência que permitirão
recargas ultrarrápidas e de vários veículos elétricos simultaneamente,
além de novas funcionalidades. “Adquirimos maturidade em relação ao
produto estações de recarga e especialmente na aplicação com vários
modelos de veículos elétricos, leves e pesados, incluindo ônibus e
caminhões. Então partimos para o desenvolvendo de uma nova geração de
estações de recarga, incorporando recursos ainda mais avançados em
termos de software, inteligência, potência, facilidade para os usuários e
operadores de estações públicas. Muitas novidades tecnológicas estão a
caminho para melhorar a experiência de recarga dos usuários de veículos
elétricos”, destaca Eloir Pagnan, gerente do Departamento de EV Charging
da WEG.
O
gerente da WEG destacou ainda a importância da parceria com a Embrapii
para viabilização do projeto. “O apoio da Embrapii através das suas
unidades é fundamental para acelerar o domínio das novas tecnologias
pelas empresas brasileiras em segmentos, que apesar de estratégicos e
com forte tendência de crescimento, estão em processo de desenvolvimento
do mercado”, disse.
Histórico e desafios tecnológicos
O
projeto desenvolvido com apoio da Embrapii foi pioneiro no Brasil,
sendo que estações de recarga existentes anteriormente eram em menor
número e utilizavam tecnologia importada. Esse fator era um empecilho
para a autonomia dos motoristas de veículos elétricos, que tinham poucas
opções para recarga, sendo que, em muitos casos, as viagens chegavam a
ser inviabilizadas. Para criar o projeto e entregar uma solução para a
alta demanda apresentada pelo mercado, a WEG e a Fundação Certi
decidiram enfrentar o desafio de criar uma rede de recarga com
tecnologia 100% nacional, o que exigiu completo domínio tecnológico de
hardware e software.
“Os
veículos elétricos seguem protocolos internacionais que permitem o
abastecimento em qualquer lugar do mundo. Era essa tecnologia que
precisávamos dominar. Foi assim que nós fizemos o desenvolvimento de
software, hardware e firmware, permitindo o completo monitoramento do
processo de abastecimento, tanto na estação quanto no carro, seguindo os
protocolos internacionais”, destaca Laércio Aniceto Silva,
superintendente de Negócios da Fundação Certi.
As
estações de recarga foram totalmente desenvolvidas de forma integrada,
entre equipes da Fundação Certi e da WEG, desde a concepção da ideia até
as fases finais com os ensaios dos protótipos. “Enfrentamos os desafios
do pioneirismo do desenvolvimento destas tecnologias no Brasil.
Trata-se de um novo mercado, com novos produtos, onde, mesmo
globalmente, o acesso à tecnologia é uma barreira de entrada, mas
conseguimos superar e dominar uma tecnologia importante para construir
uma infraestrutura de recarga segura que atende os melhores padrões
internacionais”, pontua Eloir Pagnan.
Vantagens da eletromobilidade
O
projeto apoiado pela Embrapii confere independência tecnológica ao
Brasil, em um segmento estratégico que é a eletromobilidade. Além disso,
os consumidores contam com uma série de vantagens além da autonomia de
deslocamento, uma vez que passam a ter acesso a produtos competitivos,
com menor prazo de entrega, suporte e assistência técnica locais.
Laércio
Aniceto Silva, superintendente de Negócios da Fundação Certi, destaca
ainda que há vantagens importantes para o Meio Ambiente. “Cada vez mais o
assunto ESG (Environmental, Social e Governance) ganha importância para
o desenvolvimento de uma sociedade mais sustentável. O ganho ambiental
da eletromobilidade é significativo porque você deixa de usar
combustíveis fósseis, deixa de poluir a atmosfera, o que atende aos
múltiplos compromissos globais no sentido de reduzir emissões de gases.
Portanto, o veículo elétrico representa um ganho enorme para o meio
ambiente e é do interesse do mercado voluntário de créditos de carbono
obtidos por ações de redução de emissões. A expansão da rede de recarga
para veículos elétricos é, portanto, fundamental nesse sentido”,
conclui.
Sobre a Embrapii
A
Embrapii atua em cooperação com instituições de pesquisa, públicas ou
privadas, para atender o setor empresarial, com o objetivo de fomentar
inovação na indústria. Para isso, conecta pesquisa e empresas, e divide
riscos, ao aportar recursos não reembolsáveis em projetos que levem à
introdução de novos produtos e processos no mercado. Para ter acesso ao
modelo Embrapii, a empresa deve apresentar seu desafio tecnológico à
Unidade com a competência técnica que se enquadra às necessidades de seu
projeto. Em nove anos, já foram apoiados 1,8 mil projetos, totalizando
R$ 2,6 bilhões investidos em inovação industrial.
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