Neste
15 de novembro, o ex-presidente Lula apareceu para votar com a pose de
quem já encomendou o terno para a terceira festa da posse na Presidência
da República. “Esta é uma eleição muito importante para o PT, que sairá
muito fortalecido”, profetizou. “Estamos fazendo uma oposição muito
forte em quem apostou no fim do PT. Diferentemente de outros partidos, o
PT não troca de nome nem o compromisso com o trabalhador brasileiro”.
Encerrado
o pronunciamento à nação, o ex-presidiário afagou o homem que sorria a
seu lado. “Eu tô aqui com muito orgulho, votando naquele que foi o maior
prefeito da história de São Bernardo”. Candidato a um terceiro mandato,
o companheiro Luizinho Marinho concordou com um largo sorriso.
Faltou
combinar com o eleitorado, avisou a abertura das primeiras urnas.
Encerrada a apuração, o prefeito Orlando Morando (PSDB) reelegeu-se com
mais de 260 mil votos (quase 70% do total). Marinho naufragou com pouco
mais de 90 mil votos (23%). Tremendo fiasco.
A
derrota no berço político do chefão mostrou-se altamente contagiosa. O
partido que virou bando afundou no ABC e as previsões do intuitivo
genial falharam espetacularmente em todo o país. Até agora, o PT não
conquistou nenhuma capital. Apenas dois candidatos da sigla – João
Coser, em Vitória, e Marília Arraes, no Recife – têm chances de quebrar
esse jejum no segundo turno. Por enquanto, o lulismo elegeu 179
prefeitos.
Seja
qual for o desempenho do PT nas cidades que voltarão às urnas no dia
29, os municípios controlados pelo partido não chegarão a 200. Para quem
governou o Brasil por 13 anos, é coisa de partido nanico. Mas a
arrogância não foi abalada “se os companheiros quiserem, subo na
palanque”, ofereceu-se Lula, interessado em ser convidado pelos dois
petistas sobreviventes e por Guilherme Boulos, que disputa pelo Psol o
segundo turno em São Paulo.
Antes
que o planque ambulante aparecesse no Recife, Marília Arraes baixou em
São Bernardo para dizer a Lula que uma declaração de apoio gravada em
vídeo já estaria de bom tamanho. Para Coser, que por pouco não caiu fora
da eleição já na primeira etapa, qualquer apoio é lucro. Boulos, por
enquanto, continua fingindo que não ouviu direito a oferta.
Lula
deve achar que os brasileiros ignoram a ladroagem devassada pela Lava
Jato, a destruição da Petrobras, a hecatombe protagonizada por Dilma e
as demais torpezas dos 13 anos de desgoverno petista. Deve achar que o
povo é um bando de idiotas. Ele vive no Brasil em que elegia postes.
Hoje, é o adversário que reza para que Lula apareça no palanque de um
candidato apoiado pelo PT.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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