Karina
Iluminata tinha 24 anos quando deixou a pequena cidade de Sousa, no
sertão da Paraíba, rumo à Campina Grande em busca de melhores condições
de emprego para ela e o marido. Através de uma amiga, soube que uma
grande empresa de Telesserviços estava chegando no lugar e recrutando
pessoas. Mesmo sem saber direito como funcionava um call center, Karina
enfrentou uma fila quilométrica de interessados nas mais de 500 vagas
abertas. Para sua surpresa, foi aprovada no processo, assumindo a
posição de operadora de atendimento na AeC, no início de 2012. De lá
para cá, Karina passou por uma série de promoções em um curto intervalo
de tempo. Foi supervisora, coordenadora de operações, coordenadora de RH
até chegar à gerente de operações no começo deste ano, liderando mais
de 250 pessoas. “Foi graças ao call center que as portas se abriram para
mim. Pude colocar meu filho em um colégio particular, conquistei minha
casa própria, andei de avião pela primeira vez. O impacto foi
transformador”, conta Karina.
A
jornada de Karina é compartilhada por muitos que deixaram o interior do
Nordeste e encontraram no Telesserviço não apenas uma possibilidade de
emprego formal, mas de ascensão na carreira, em um setor que tem deixado
para trás o estigma de subemprego. Embora a região Sudeste seja a que
concentra a maior massa de empregos na atividade no país, pelo menos
desde 2010, a região Nordeste é a que tem o crescimento mais acelerado
das oportunidades. A Associação Brasileira de Telesserviços (ABT) estima
que o segmento teve uma evolução de 200% na última década no local. “O
Nordeste tem sido um polo de crescimento, com o Telesserviço liderando
as contratações de mulheres e jovens. Cerca de 50% do público encontra
no call center a sua primeira experiência profissional e, na região,
este número pode chegar a 60%”, destaca Gustavo Faria, vice-presidente
da ABT.
É
o caso de Yagor Ribeiro, que começou como jovem aprendiz na empresa
Almaviva, em Fortaleza, quando tinha 20 anos. Assim como Karina, Yagor
saiu de Giqui, interior de Jaguaruana, a procura de novas oportunidades.
“Não estava conseguindo emprego na minha cidade. Resolvi trancar a
faculdade de engenharia que estava cursando lá para correr atrás de um
emprego formal. Comecei como atendente de Telemaketing e, após seis
meses como estagiário, fui efetivado”, explica. Mas a possibilidade de
crescimento não parou por aí. Yagor se tornou auxiliar de supervisor até
chegar a supervisor, posição que ocupa atualmente.
Hoje,
Yagor cursa ainda a faculdade de Recursos Humanos e tem planos de atuar
na área dentro da própria empresa. “Antes estudava, mas não conseguia
trabalhar. Agora consigo conciliar as duas coisas por conta da carga
horária de 6 horas”. Antônio Guilherme Noronha, presidente da ABT,
explica que este é outro fator facilitador da atividade. Segundo a
Associação, atualmente grande parte dos trabalhadores do segmento que já
concluíram o Ensino Médio estão cursando o Ensino Superior. “O setor
apoia o crescimento profissional por meio de convênios das empresas
contratantes com instituições de Ensino Superior, e ainda de diversos
cursos e capacitações que fornecem ao longo da jornada do colaborador
dentro da empresa”, ressalta o presidente.
Além
das oportunidades de aperfeiçoamento contínuo, tanto para Karina quanto
para Yagor, um dos grandes aprendizados do Telesserviço tem sido a
habilidade de lidar com as pessoas. Onde muitos enxergam uma atividade
repetitiva e pouco desafiadora, ambos reconhecem o seu potencial de
transformação. "É um negócio dinâmico. Aprendi a vencer preconceitos,
inclusive regionais, lidando com pessoas de diferentes estados. É um
desafio diário, mas existe um sentimento de orgulho em quem trabalha no
call center”.
Yagor corrobora. “Cada pessoa tem o seu mundo, a gente vai se aproximando, conquistando a confiança. É gratificante”.
Sobre a Associação Brasileira de Telesserviços (ABT):
Representante
de um dos setores que mais empregam no Brasil, com cerca de 1,4 milhão
de trabalhadores, a Associação Brasileira de Telesserviços (ABT),
fundada em 1987, é pioneira em um mercado que impulsiona o crescimento
do país. O segmento é um dos que mais contratam jovens, mulheres e
negros, fomentando a diversidade em frentes distintas. Além de oferecer
oportunidades de primeiro emprego, o setor apoia o crescimento
profissional, por meio de convênios das organizações contratantes com
instituições de Ensino Superior. A ABT reúne 19 empresas em 18 estados
de todas as regiões do território nacional. Uma atividade que, com cada
vez mais inovação e tecnologia, torna-se estratégica para o
desenvolvimento socioeconômico do Brasil.
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