Caros amigos
Aprendi muito cedo que a humildade deve ser uma virtude a acompanhar-nos em todos os momentos da vida, pois, quando achamos que somos os melhores, os mais capazes ou os mais sábios, vamos concluir, logo em seguida, que há sempre alguém em condições e disposto a superar-nos.
Assim, a vida nos ensina que, em qualquer situação e para conseguir sempre o nosso máximo, é preferível não ser mais do que um árduo concorrente de nós mesmos e deixar que o destino se encarregue de colocar tudo no seu devido lugar, para o bem de cada um e de todos nós.
Minha experiência mostra que, em todas as vezes em que descurei deste aprendizado, recebi, quase que de imediato, uma resposta de Deus, ou do destino, para mostrar-me, com clareza, o meu lugar.Sou sempre grato a Ele pelas lições que tenho recebido!
Desta forma, filosofando sem ser filósofo, pus-me a meditar sobre os permanentes perigos da ambição desmedida, da vaidade e da falta de humildade e de grandeza que praticadas, até desapercebidamente, levam os homens a tropeçar nas armadilhas do deslumbramento, da presunção e até da arrogância.
Inesperadas luzes e sucessos que nos chegam pelas oportunidades da vida, em circunstâncias ou no exercício de funções que nunca almejamos, por vezes transformam justos anseios em ambições desmedidas que, via de regra, desvirtuando o comportamento e os valores, fazem com que caiamos na armadilha do convencimento de que somos melhores, que sabemos mais do que os outros e que prescindimos de ajuda ou da opinião do próximo, amigos e colaboradores.
Sem nos darmos conta, passamos, tristemente, a valorizar mais o prestígio que nos emprestam os que estão acima de nós do que o que conquistamos junto a nossos iguais e subalternos.A vaidade nos contamina e perdemos a consciência de nossas imperfeições.
A humildade começa a faltar-nos e a presunção da infalibilidade leva-nos à armadilha do deslumbramento, melhor prova de que não estamos preparados para o que pensamos ser o nosso destino!
Passamos, logo em seguida, a encontrar justificativas e a ser condescendentes para com as falhas e mazelas dos que ainda podem interferir em nossas pretensões ou em nosso caminho para a glória e, ao mesmo tempo, não toleramos ou damos ouvidos às críticas ou ao contraditório, mesmo que legítimos e justificáveis ou, até mesmo, explicáveis pelas nossas próprias falhas.
Só temos olhos para as nossas ambições. Perdemos a grandeza e com ela a capacidade da compreensão, caímos na armadilha da arrogância. Desvalorizamos velhas amizades e antigos camaradas que, por nos enxergarem como sempre fomos, não têm “sensibilidade para aperceber-se da magnitude do que almejamos”.
Não nos damos conta de que a arrogância dos que pensam que sabem tudo é pretensão desonesta porque ninguém sabe tudo! “Um homem (…) dominado pelo orgulho (…) nem tudo pode abarcar com sua inteligência sempre limitada e porque o orgulhoso perdeu a preciosa faculdade de escutar.” (Gaston Courtois)
Realmente, isto não passa de uma “filosofada cavalariana”, mas, tudo é possível…Que Deus nos guarde de tamanha degradação! E que viva a humildade!
Gen Paulo Chagas
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