Comércio de escravos em Bagdá, século XIII. |
A escravidão foi universal, isto é, não envolveu apenas africanos, como se pensa hoje graças ao esquerdismo imperante nas escolas. Os alunos deveriam aprender sobre a escravidão árabe-muçulmana, a escravidão entre os povos africanos, a escravidão entre os nativos norte-americanos e sul-americanos e a escravidão na África e Ásia. Artigo de Dennis Prager, publicado pelo Daily Signal e traduzido para a Gazeta:
Sobre
raça, bem como sobre todos os demais assuntos, os alunos
norte-americanos não aprendem história. Na verdade, eles não aprendem
nada; são doutrinados. E com antiamericanismo.
O
objetivo de todo o ensino racial nas escolas norte-americanas é gerar
desprezo pelo país. Portanto os alunos “aprendem” as mentiras do 1619
Project do New York Times — que os Estados Unidos foram fundados para
preservar a proteger a escravidão — e obras como “White Fragility”
[Fragilidade branca], de Robin DiAngelo.
Mas o que as escolas norte-americana deveriam ensinar sobre raça?
Elas, claro, deveriam falar de escravidão e racismo aos alunos.
Mas,
se a verdade e a clareza moral são importantes, os alunos também
deveriam aprender que a escravidão foi universal. Eles, portanto,
deveriam aprender sobre a escravidão árabe-muçulmana, a escravidão entre
os povos africanos, a escravidão entre os nativos norte-americanos e
sul-americanos e a escravidão na África e Ásia.
Eles
aprenderiam que foi o Ocidente, começando na Inglaterra e nos Estados
Unidos, que aboliram a escravidão. E eles aprenderiam que os
abolicionistas eram na maioria cristãos levados a lutar em nome de
valores judaico-cristãos.
Eles
aprenderiam que, ao contrário dos escravos sob o domínio
árabe-muçulmano, a maioria dos negros escravos levados para os Estados
Unidos podiam ter filhos e formar famílias.
Eles
leriam “The Black Family in Slavery and Freedom, 1750-1925” [A família
negra na escravidão e em liberdade], de Herbert Gutman, sobre o qual o
New York Times disse quando foi lançado, em 1976: “Gutman realizou um
trabalho importante ao enterrar a ideia de que a escravidão destruiu a
família negra”. Só para registrar, Gutman era professor esquerdista e
membro da Academia Norte-americana de Artes e Ciências.
Eles
aprenderiam que dezenas de milhões de escravos africanos sob o domínio
islâmico-árabe não podiam formar famílias (a maioria dos homens era
castrada).
Eles
aprenderiam que, apesar de 340 mil escravos africanos terem sido
transportados até os Estados Unidos, 12 milhões foram levados ao Brasil.
Eles aprenderiam que muito mais negros — cerca de 3 milhões da África e
Caribe — vieram para o país por vontade própria do que como escravos.
Eles
leriam o artigo publicado em 2005 no New York Times e intitulado “Mais
africanos entram nos EUA do que durante a escravidão”, no qual também
aprenderiam que os Estados Unidos são muito menos racistas do que os
outros países.
Agba
Mangalabou, que chegou do Togo em 2002, lembra-se de sua surpresa ao
chegar aqui vindo da Europa. ‘Na Alemanha, todos sabiam que eu era
africano’, conta ele. ‘Aqui, ninguém sabe se sou africano ou
norte-americano’”.
Eles
aprenderiam sobre a escravidão dos brancos também, e de um dos maiores
economistas dos últimos 50 anos, Thomas Sowell, que escreveu:
Mais brancos foram levados como escravos para o norte da África do que negros foram levados como escravos para os Estados Unidos ou para as 13 colônias que os formavam. Escravos brancos ainda eram comprados e vendidos pelo Império Otomano décadas depois da libertação dos escravos nos Estados Unidos.
Nada
disso seria ensinado para diminuir a maldade que foi o tráfico de
escravos, muito menos para justificá-lo. Os estudantes norte-americanos
deveriam, claro, aprender sobre os horrores dos mercados de escravos, a
separação das famílias, os estupros, os espancamentos e os linchamentos.
Mas não é possível compreender nada da história sem perspectiva.
Quanto
ao comércio muçulmano-árabe de escravos, os estudantes ler o livro do
professor e pastor ganense John Azumah, “The Legacy of Arab-Islam in
Africa” [O legado do islamismo árabe na África], no qual ele diz:
"Enquanto dois em cada três escravos que atravessaram o Atlântico eram homens, as proporções eram o inverso no comércio escravagista islâmico. Duas mulheres para cada homem foram escravizadas pelos muçulmanos.Enquanto a taxa de mortalidade dos escravos transportados pelo Atlântico alcançava até 10%, a porcentagem de escravos que morria em trânsito pelo Saara e África Oriental era de impressionantes 80 a 90%.Enquanto quase todos os escravos que atravessaram o Atlântico fossem usados para a agricultura, a maioria dos escravos destinados ao Oriente Médio muçulmano eram destinados à exploração sexual, como concubinas em haréns, e para o serviço militar.Enquanto os escravos nas Américas tiveram muitos filhos e milhões dos descendentes deles hoje são cidadãos no Brasil e Estados Unidos, poucos descendentes dos escravos que acabaram no Oriente Médio sobreviveram.Enquanto muitos escravos que foram para as Américas puderam se casar e constituir famílias, a maioria dos escravos homens levados para o Oriente Médio era castrada, e a maioria das crianças nascidas eram mortas depois do parto".
Eles
leriam alguns dos preferidos livros da esquerda que defende que “os
Estados Unidos são racistas”, como o bestseller “White Fragility”. Mas,
ao contrário do que acontece em qualquer escola norte-americana que pede
a leitura desse livro, os alunos também teriam que ler uma análise de
um professor negro.
Na
revista The Atlantic, John McWhorter, professor de linguística na
Universidade de Columbia, escreveu que “White Fragility” é, na verdade,
“um tratado racista. (...) O livro menospreza os negros na tentativa de
nos conferir alguma dignidade. (...) A culpa e a polidez brancas
aparentemente impedem que muitos leitores do livro percebessem suas
várias falhas óbvias. Para começar, o livro de DiAngelo está cheio de
afirmações completamente erradas ou bizarramente desconectadas da
realidade”.
Eles
leriam e ouviriam vários escritores e pensadores negros, não apenas os
que odeiam os Estados Unidos. Eis aqui uma lista parcial, em ordem
alfabética de sobrenome, contendo exemplos desses livros;
Larry Elder, “What’s Race Got to Do With It?” [O que a raça tem a ver com isso?]
Ward Connerly, “Creating Equal” [Criando igualdade]
John McWhorter, “Losing the Race” [Perdendo a corrida/raça]
Deroy Murdock, qualquer uma de suas muitas colunas
Candace Owens, “Blackout” [Blecaute]
Jesse Lee Peterson, “The Antidote” [O antídoto]
Jason Riley, “Please Stop Helping Us” [Por favor, parem de nos ajudar]
Thomas Sowell, “Intellectuals and Race” [Intelectuais e raça]
Shelby Steele, “White Guilt” [Culpa branca]
Carol Swain, “Abduction” [Abdução]
Clarence Thomas, “My Grandfather’s Son” [O filho do meu avô]
Walter Williams, “Race and Economics” [Raça e economia]
O
fato de esses pensadores brilhantes serem desconhecidos da maioria dos
norte-americanos prova o preconceito e a superficialidade na vida
intelectual e na academia dos Estados Unidos.
Se
os alunos lessem esses livros e aprendessem a verdade sobre a raça
contida neste texto, seria perfeitamente aceitável que eles lessem
autores esquerdistas, brancos e negros, escrevendo sobre o tema. Na
verdade, seria até aconselhável.
Dennis Prager é colunista do The Daily Signal, radialista e criador da PragerU.
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