MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 8 de novembro de 2020

Governo precisa controlar dívida e respeitar teto de gastos, diz o presidente do Banco Central

 


Cenário se deteriorou desde o último corte de juros, diz Campos Neto, do BC | Poder360

Campos Neto desestimula “ideias criativas” do governo

Marina Barbosa
Correio Braziliense

Em live realizada nesta quinta-feira (dia 5com o Instituto ProPague, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, Campos Neto comentou a ata da mais recente reunião do Copom, que manteve a taxa básica de juros em 2% ao ano. Segundo o presidente, no documento o BC quis deixar claro a importância da manutenção do regime fiscal, que inclui respeito ao teto e também à trajetória da dívida.

Segundo ele, qualquer forma criativa para ficar dentro do teto que leve a aumento de gastos, será considerado um “rompimento do equilíbrio fiscal” pela autoridade monetária.

EQUILIBRAR A DÍVIDA – “O teto foi feito para manter a trajetória de dívida equilibrada. Se eu faço de uma forma que atende um e não atende o outro, entendemos que não é coerente. Entendíamos que precisávamos passar essa comunicação de que estamos olhando o teto, mas que obviamente qualquer forma criativa de ficar dentro do teto, piorando a trajetória dívida, nós também vamos considerar um rompimento do equilíbrio fiscal”, disse.

“A dívida do Brasil está em um ponto “exige bastante cautela”, diz Campos Neto, acrescentando que o projeto de autonomia do Banco Central, em tramitação no Congresso, continua representando um grande avanço institucional, que pode passar mais credibilidade ao mercado e, assim, atrair investidores estrangeiros para o Brasil.

Ele lembrou que o processo ainda não acabou, pois ainda requer a aprovação da Câmara dos Deputados, onde o BC acredita que também é preciso avançar no debate sobre a autonomia.

APÓS AS ELEIÇÕES – Segundo o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), há acordo para a Câmara votar a autonomia do BC após as eleições municipais, já que os deputados e o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já vinham demonstrando apoio ao projeto. A Câmara, contudo, está com a pauta travada devido à disputa em torno da presidência da Casa. Por isso, os analistas não estão tão confiantes na possibilidade de os deputados votarem a autonomia do BC ainda neste ano. Os especialistas explicam que, quando resolver esse impasse da presidência, a Câmara vai precisar focar em pautas prioritárias, como o Orçamento e a PEC Emergencial.

Assinalou que suavizar a flutuação dos ciclos econômicos já é uma tarefa implícita do BC, mas avaliou que a busca pelo emprego pode desequilibrar os preços, gerar inflação e, consequentemente, mais desemprego em países emergentes nos quais a autoridade monetária não tem as ferramentas adequadas para lidar com o problema. Ele admitiu que essa questão tem sido abordada por um número cada vez maior de bancos centrais ao redor do mundo e que, por isso, havia uma demanda forte em relação ao assunto no Senado, onde a oposição ficou contra a autonomia do BC.

EMPREGO E INFLAÇÃO – Para construir o entendimento necessário à aprovação do texto, o BC aceitou, então, que a questão o emprego constasse no texto, desde que aparecesse como um objetivo secundário que não vai atrapalhar o controle da inflação. “Existia a ideia de que deveria usar uma expressão muito forte. A gente disse que não, a gente acha que deve ser fomentar, e deixar claro que é um objetivo secundário, porque não queremos passar nenhuma mensagem de que estamos nos distanciando do regime de metas”, explicou Campos Neto.

O presidente do BC reconheceu que, ainda assim, o texto pode causar estranhamento entre os mais puristas. Porém, disse que não tinha condições de construir um entendimento sem isso. “O ganho de ter a autonomia, de desconectar o ciclo do nosso trabalho do ciclo do Poder Executivo era maior que o possível prejuízo causado por qualquer tipo de interpretação”, disse.

Nenhum comentário:

Postar um comentário