A
educação socioemocional das crianças começa em casa, com a família
desempenhando um papel fundamental na construção de uma base sólida. Ao
estabelecer um ambiente emocionalmente saudável, as famílias têm a
capacidade de influenciar positivamente no crescimento dos filhos,
promovendo o desenvolvimento de habilidades importantes para toda a
vida, como resiliência, autoconfiança, entre outras.
Neste contexto, Fabiana Santana, assessora pedagógica do Programa Líder em Mim,
da SOMOS Educação, destaca a importância de incluir a educação
socioemocional nas rotinas familiares, para que possam rever hábitos que
não contribuem para o seu melhor desenvolvimento, e potencializar as
boas práticas já vivenciadas, beneficiando a formação das crianças. “É
desde cedo, no contato com o outro, que os laços de respeito, empatia e
compaixão são construídos. Assim, os pais ou responsáveis devem cuidar,
estimular e valorizar a criança para que esta possa se desenvolver em
toda a sua potencialidade”, afirma.
Qual a influência da família na aprendizagem?
Desde
os primeiros momentos de vida, o ambiente familiar é crucial para o
desenvolvimento. A teoria do filósofo, médico e psicólogo francês Henri
Wallon (1879-1962), conhecido por seu trabalho científico sobre
Psicologia do Desenvolvimento, corrobora essa tese ao destacar que o
desenvolvimento integral do indivíduo passa por quatro elementos
interconectados: afetividade, movimento, inteligência e a formação do
eu.
Os
estudos de Wallon são relevantes porque oferecem uma visão holística do
desenvolvimento humano, considerando não apenas aspectos cognitivos,
como também emocionais e físicos. Assim, do ponto de vista da “formação
do eu”, de acordo com a assessora pedagógica, se levarmos em
consideração que a família é o primeiro núcleo social do qual estamos
inseridos quando crianças, a maneira como ela atua nos primeiros
estágios de aprendizagem, pode interferir em como cada indivíduo se
desenvolverá sua saúde emocional ao longo da vida.
Neste
contexto, a família desempenha um papel vital nos primeiros estágios de
aprendizagem. “Um ambiente familiar positivo, que ofereça amor, apoio e
exemplo pode contribuir para o desenvolvimento de crianças confiantes,
independentes e com autoestima elevada. Já um ambiente familiar
negativo, marcado por conflitos, negligência ou abuso, pode levar a
problemas como baixa autoestima, ansiedade, depressão e dificuldades de
relacionamento”, analisa Fabiana.
Como promover autoconfiança e resiliência para a nova geração?
Para
promover a autoconfiança e a resiliência nas crianças, de acordo com a
assessora pedagógica, é fundamental que familiares e responsáveis
respeitem o ritmo de desenvolvimento de cada uma, encorajem a autonomia e
sejam modelos positivos. Neste cenário, é muito importante a
comunicação e o diálogo aberto, saber impor limites claros e dizer não,
sempre acompanhados de reconhecimento e encorajamento. No Programa Líder
em Mim, essa relação entre limites e reconhecimento está relacionada ao
hábito do “pense ganha-ganha”, que enfatiza a importância de reconhecer
e encorajar esforços.
Escuta empática
A
comunicação aberta dentro do ambiente familiar é crucial para o
desenvolvimento emocional das crianças, fortalecendo a confiança e
facilitando um diálogo mais acessível e honesto. “As crianças
precisam confiar em seus pais, no que dizem e como conduzem os
processos. Uma criança insegura tem uma grande probabilidade de se
tornar um adulto inseguro, com problemas de relacionamento e
socialização”, diz Fabiana.
Práticas
como a escuta empática são um excelente modo de construir esse caminho
para um diálogo familiar saudável. Não só os estudantes, mas também toda
a comunidade escolar e as famílias devem aprender este método,
que ajuda a estabelecer um diálogo eficaz e a construir relações
duradouras e saudáveis. A boa conduta dos adultos é indispensável, já
que crianças tendem a aprender com exemplos e, portanto, a espelhar o
comportamento dos pais e professores. Caso não vejam a aplicação na
prática, os alunos não terão uma mudança de hábito. A mudança, portanto,
deve ocorrer primeiramente nos âmbitos escolar e familiar para
repercutir na criança.
Como engajar toda a família?
Visando
aumentar o engajamento entre os membros da família, educadores
incentivam a criação de uma missão familiar ou pessoal, alinhando sua
visão e propósito. No programa Líder em Mim, tanto os alunos quanto suas
famílias aprendem esses conceitos por meio de um material chamado “Guia
da Família”, que oferece lições estimulantes sobre educação
socioemocional.
Essas
práticas são altamente eficazes e proporcionam resultados mensuráveis
para o crescimento integral do indivíduo, independentemente do formato
familiar. Por exemplo, a “Conta Bancária Emocional” ensina crianças,
adolescentes e familiares a esclarecer expectativas. Essa prática mostra
o que representa um depósito (ações afirmativas) e o que são retiradas
(ações que geram conflitos e descrédito). Assim, eles entendem quais
comportamentos devem ser estimulados e lapidados.
Em
suma, colaboração entre família, escola e estudante é essencial para o
desenvolvimento das novas gerações. Famílias envolvidas e escolas
comprometidas proporcionam um ambiente que apoia o crescimento emocional
saudável das crianças, preparando-as para enfrentar futuros desafios,
serem protagonistas de suas vidas, influenciando todo o ecossistema ao
seu redor.
Sobre o Líder em Mim (https://www.olideremmim.com.br/)
- Do Infantil ao Ensino Médio, o Líder em Mim é um programa de educação
socioemocional, endossado pelo CASEL e focado em promover, a partir da
mudança de paradigma, a mudança comportamental em educadores, crianças e
adolescentes, desenvolvendo a autoestima e o autoconhecimento de cada
um para que se tornem protagonistas de suas próprias vidas e da
transformação da sociedade. Os conteúdos são produzidos em parceria com a
marca global FranklinCovey e são fundamentados nas obras, nas pesquisas
e nos projetos do Dr. Stephen Covey, autor do best-seller, “Os 7
Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes”.
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