Mais
de mil peixes apareceram mortos no Rio São Francisco, na região de
Juazeiro, no norte da Bahia. Nesta terça-feira (7), 200 técnicos de
diversos órgãos estão na cidade para identificar o que causou a
contaminação das águas, já que uma análise inicial identificou que não
se trata um de fenômeno natural. O fornecimento de água nas comunidades
ribeirinhas e rurais foi suspenso, e o abastecimento está sendo feito
por carros-pipa, para evitar problemas aos consumidores. A orientação da
Secretaria Municipal de Saúde é que as pessoas procurem uma unidade de
saúde, caso tenham bebido a água contaminada. O órgão também pede que
moradores evitem não somente beber, mas também cozinhar, tomar banho e
usar a água do trecho para quaisquer atividades domésticas.
Uma equipe de fiscalização preventiva integrada (FPI) aguarda os
resultados das análises, coletadas na segunda-feira (6). De acordo com a
promotora de Justiça Luciana Cury, que é coordenadora-geral da ação, as
investigações envolvem pelo menos 10 municípios da região e diferentes
órgãos, entre eles o Ministério Público estadual. “Assim que chegamos,
com mais de 50 instituições, nós recebemos a informação dessa grande
mortandade de peixes. Fomos a campo investigar as possíveis causas.
Constatou-se a presença de uma quantidade grande de peixes mortos, uma
escala em proporção grande, mais do que mil peixes encontrados mortos".
"Foi detectada a presença, no Riacho Boqueirão, de falta de oxigenação –
uma oxigenação zero – que provoca essa condição, e que não foi um
fenômeno natural. Algo aconteceu, impactou as águas e provocou essa
mortandade" , complementou a promotora. A Secretaria de Meio Ambiente e
Ordenamento Urbano de Juazeiro e o Serviço de Água e Saneamento
Ambiental (SAAE) também estão envolvidos na análise da água. A
expectativa é de que as investigações sejam concluídas brevemente, mas
ainda não há previsão para que isso aconteça. Enquanto isso, cidades da
região norte da Bahia, como Curaçá – que fica a cerca de 95 km de
Juazeiro – também estão impactadas pela contaminação da água, já que
também têm o abastecimento feito pelas águas do Rio São Francisco. O
diretor do SAAE de Curaçá, Ivanilson Cunha, explicou que o profissional
químico do município monitorou a água durante toda a segunda-feira (6), e
fez várias análises, para saber se ela está dentro dos padrões exigidos
pelo Ministério da Saúde. “Foi coletada uma amostra da água, e o
químico está acompanhando até o município vizinho, onde será entregue a
um laboratório para fazer uma análise mais específica, mais detalhada.
Devido à ausência do químico durante a noite, optamos pelo
desabastecimento do sistema a partir das 19h. Após o retorno do
profissional da área, ele voltou a monitorar a água. Se ela continuar
dentro dos padrões estabelecidos pelo Ministério da Saúde,
reestabeleceremos o sistema", comentou.
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