quinta-feira, 29 de abril de 2021

Rui quer vender 27 imóveis da Bahia e oposição pede transparência

 


O governador Rui Costa (PT) enviou ontem para a Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) um projeto de lei que pede autorização para a venda de 27 imóveis no estado

Tribuna da Bahia, Salvador
29/04/2021 06:00 | Atualizado há 6 minutos

   
Foto: Reginaldo Ipê / Tribuna da Bahia

Por Rodrigo Daniel Silva 

O governador Rui Costa (PT) enviou ontem para a Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) um projeto de lei que pede autorização para a venda de 27 imóveis no estado. Da bancada de oposição, o deputado estadual Paulo Câmara (PSDB) afirmou que o governo precisa deixar evidente para onde será destinado o recurso da negociação das áreas. 

De acordo com a gestão estadual, o dinheiro, com a venda dos imóveis, será destinado ao Fundo Financeiro da Previdência Social dos Servidores Públicos da Bahia (Funprev) que, segundo a administração, vem “aumentando à medida que o governo tem alcançado sucessivos recordes de concessão de aposentadoria”. 

Dos 27 imóveis, que podem ser vendidos se a AL-BA aprovar, 10 ficam em Salvador. Entre eles, estão a rodoviária, o Detran e o Centro de Convenções. Também serão vendidas áreas em: Campo Formoso, Juazeiro, Paramirim, Riacho de Santana, Aramari, Eunápolis, Itapetinga, Iraquara, Itaberaba, Jacobina, Uauá, Ibotirama, Cipó, Livramento de Nossa Senhora, Camaçari, Piritiba e Feira de Santana. 

Segundo o governo, o Funprev tem hoje um déficit de R$ 5,5 bilhões. Para Paulo Câmara, o governo precisa deixar mais clara a proposta.  “Qual será a destinação (do dinheiro)? Qual a finalidade? Para onde vai? Se fizer isso de maneira transparente, eu não tenho nada contra (a proposta)”, declarou o tucano, em entrevista à Tribuna. Segundo ele, o governador Rui Costa, até hoje, não explicou para onde foi o dinheiro da venda do Colégio Estadual Odorico Tavares, que ficava no Corredor da Vitória, em Salvador.  

A Assembleia Legislativa da Bahia aprovou a comercialização da unidade escolar em janeiro do ano passado. Na época, a oposição criticou duramente a venda da escola. O então prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), disse que era um ato de “desvalorização da educação”. "Eu acho que um patrimônio do estado que não tem nenhuma utilidade pode ser vendido, eu fiz isso com vários terrenos do município. Mas não vendi escola de jeito nenhum. Eu acho que não tem preço que pague o recado ruim que é dado de desvalorização da educação", declarou o democrata. 

Já o governador Rui Costa defendeu a ação governista. Disse que a escola sofria com a perda de alunos a cada ano, chegando a cerca de 300 estudantes matriculados em 2019, quando tinha capacidade para mais de 3 mil. “Eu penso que equipamentos de qualidade podem e devem estar onde o povo mora. Na polêmica, fico do lado do povo, de onde eu vim. A escola serve de referência não somente para aprendizado stricto sensu, serve para a prática cultural. Um equipamento educacional em comunidade pobre tem uma função social extraordinária porque vai ser usado nos 365 dias no ano, não apenas nos dias que tiver aula. Salvador praticamente não tem equipamento de convivência social nas comunidades pobres”, afirmou na época.

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