Comercial da Pantene usa a confusão natural de um menino criado por duas lésbicas para vender xampu e ideologia de gênero. Bruce Bawer para o City Journal, com tradução para a Gazeta do Povo:
Um
comercial de TV dos xampus Pantene começa com uma mulher secando os
longos cabelos de uma criança de 12 anos. Em off, ouve-se o seguinte:
“Para as crianças LGBT, o cabelo é mais do que aparência. É uma questão
de identidade”. Corta para a mulher, Ashley, sentada no sofá ao lado da
parceira lésbica. Ela nos diz que a criança, Sawyer, é uma “menina
trans”.
A
primeira vez que Sawyer saiu em público usando roupas de menina e
cabelos longos, de acordo com Ashley, “ela foi ela mesma”. Daí vem a
frase-chave. “E essa foi a primeira vez que a vi”. Em outras palavras,
antes de Sawyer começar a usar roupas de menina e deixar os cabelos
compridos, ele era invisível a Ashley. O que nos leva a perguntar:
Sawyer se sentia invisível? Foi por isso que ele decidiu deixar os
cabelos compridos e usar vestidos?
Se
sim, ele não diz. Sentado entre as mães no sofá, Sawyer declara, com
uma autoconfiança artificial, que ter deixado os cabelos compridos “fez
com que eu me sentisse melhor e mais confiante. E combinou o meu
interior e exterior. (...) Meu conselho é para que você seja você mesmo e
não deixe ninguém lhe dizer quem você é”. Seria esse realmente um
pré-adolescente falando o que pensa? Ou Sawyer está papagaiando o que
ouviu de Ashley e Ellie? Ou ainda recitando um roteiro escrito por
alguém da agência que cuida da conta da Pantene?
Tais
perguntas não chegam à imprensa, que celebrou incondicionalmente o
comercial. “Numa época em que trans são usados como bodes expiatórios
por conservadores em discussões falsas sobre os esportes femininos”,
escreveu Tracy E. Gilchrist no site Advocate, “a Pantene criou um
anúncio com uma mensagem emocionante e afirmativa, com uma menina trans e
suas mães lésbicas”. Donald Padgett, da Out Magazine, também disse que o
comercial é emocionante. “É um anúncio emocionante”, prometeu ele, “que
o fará chorar ao ver Sawyer e as mães, Ashey e Ellie, explicarem a
importância do cabelo para a afirmação de gênero de uma menina”. As
notas publicadas pelos sites LGBTQ Nation e Pink News também usaram a
palavra “emocionante”.
Desculpe, mas não tem nada de emocionante nisso. Está mais para deprimente mesmo.
Enquanto
gay, não tenho nenhum problema com as lésbicas. Meu problema é o fato
de lésbicas não aceitarem um filho homem e quererem uma filha menina.
Mas talvez Ashley e Ellie não tenham pressionado Sawyer a se dizer
menina. Talvez Sawyer tenha simplesmente captado uma vibração diferente.
De qualquer forma, é deprimente o fato de essas duas mulheres aceitarem
irresponsavelmente a ideia de que Sawyer é menina. Muitos meninos usam
roupa de menina. Alguns se revelam gays. Para outros é apenas uma
brincadeira inofensiva. Só que hoje em dia os adultos se intrometem e
concluem que os meninos são meninas. E não são poucos os que fazem isso
porque preferem ter uma filha trans a um filho gay.
Quanto
a crianças que anunciam explicitamente que são trans — um número que
explodiu nos últimos anos, o que sugere que isso tudo não passa de moda —
a maioria acabará se esquecendo disso depois de um ou dois anos ou
quando chegarem à puberdade. Não há por que essa fase causar maiores
danos, a não ser que os pais fiquem tão assoberbados que façam com que
os filhos usem bloqueadores de puberdade e hormônios. Quanto a Sawyer,
Ellie e Ashley — que se vangloriam do fato de o menino “sempre ter sido
super criativo quanto ao gênero” — parecem ser bem o tipo de pais que
fazem isso.
Ser
pai e mãe é um privilégio. Ellie e Ashley estão abusando desse
privilégio. Eles estão roubando a inocência infantil de Sawyer. Não
ajuda em nada levá-lo para a TV e usar a convicção temporária de que ele
é menina para vender um produto e defender uma pauta ideológica. Os
donos da marca Pantene, Procter & Gamble, também têm
responsabilidade nisso. Assim como outras grandes empresas, a P&G
não só adotou a ideologia trans com uma velocidade impressionante como
também a transformou num instrumento de marketing — fazendo um
desserviço a todas as crianças ainda em processo de autodescoberta.
A
maioria das pessoas, acho, rejeitam a ideia de que as crianças, muitas
delas ainda acreditando em Papel Noel, de repente estão descobrindo que
sua identidade de gênero inata não combina com seu sexo biológico. Mas
muitos dentro nós já não prestamos atenção a essas coisas — ou
simplesmente achamos melhor ignorar e ficarmos quieto para não sermos
vistos como preconceituosos. Mas não podemos nos dar ao luxo de ficarmos
calados em relação a crianças como Sawyer, que são muitas e cuja
infância está sendo destruída por adultos egoístas.
Bruce Bawer é escritor.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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