domingo, 27 de novembro de 2022

Rodrigo Maia processa casal bolsonarista que o hostilizou em hotel da Praia do Forte

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Foto: Reprodução Redes Sociais

O deputado federal e ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (PSDB-RJ) pediu à Polícia Civil da Bahia que investigue o casal bolsonarista que o hostilizou no Tivoli Ecoresort, localizado na Praia do Forte, litoral norte, por stalking. Em outra frente, o congressista requereu à Justiça que os condene por injúria e difamação pelas ofensas que recebeu em público. As informações são da colunista Bela Megale do jornal O Globo.

 

Os ataques aconteceram no último dia 20 quando Maia e sua companheira, a advogada Vanessa Canado, foram abordados no café da manhã por Hélio Camargo Junior e Tamara Renno. Enquanto usava um celular para filmar os ataques, Hélio desferiu diversos xingamentos, como:"ladrão" e "filho da p*uta". Os dois bolsonaristas foram identificados a partir de dados fornecidos pelo hotel, após o registro de ocorrência policial.

 

Maia e sua companheira pediram que o casal lhes desse licença e parassem com as ofensas, sem sucesso. O deputado reagiu fazendo a letra“L” com a mão, em referência ao presidente eleito Lula da Silva, que venceu Bolsonaro nas eleições deste ano, com seu apoio. 

 

No pedido de investigação, Maia afirma que a abordagem “intimidatória e agressiva” contra a sua integridade e a da companheira “desencadeou uma onda de xingamentos generalizados, a qual foi registrada em mais e mais vídeos”. 

 

Logo após o episódio, os próprios agressores divulgaram as imagens em redes sociais. “Dessa forma, os autores do fato intensificaram perseguição contra as vítimas, dessa vez atacando-as não mais presencialmente, mas por meio dessa divulgação dos vídeos, tudo para mantê-las em constante estado de abalo psicológico”, dizem os advogados de Maia, Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso, na peça enviada à polícia.

 

O crime de stalking foi incluído na legislação brasileira no ano passado e consiste em perseguir alguém reiteradamente e por qualquer meio (inclusive pela internet, o que se designa como cyberstalking), “ameaçando-lhe a integridade física ou psicológica, restringindo-lhe a capacidade de locomoção ou, de qualquer forma, invadindo ou perturbando sua esfera de liberdade ou privacidade”.

 

“O presente caso, como visto, ao que tudo indica, trata de ambos os casos de stalking, tanto presencial quanto virtual, na medida em que os ataques se iniciam pessoalmente, mas são renovados com a divulgação dos vídeos e posterior desencadeamento proposital de onda de compartilhamentos”, afirma a defesa de Rodrigo Maia.

 

Os advogados do parlamentar também enviaram uma queixa-crime ao Juizado Especial Criminal de Mata de São João, na Bahia na qual pedem a abertura de uma ação e a condenação dos bolsonaristas por injúria e difamação. No documento, Maia afirma que a abordagem foi desproporcional e extrapolou os direitos à crítica e à opinião.

 

Hélio Camargo Junior é sócio de três empresas, segundo os registros públicos da Receita Federal. Duas delas estão na lista da Dívida Ativa da União, com débitos tributários superiores a R$ 1 milhão. Em uma terceira empresa, ele é sócio de um empresário que foi condenado, em 2017, a três anos e meio de prisão por crime contra a ordem tributária. Em 2019, a empresa foi considerada inapta pela Receita Federal, por omissão de declarações.

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