domingo, 23 de outubro de 2022

O Globo confirma que houve corrupção de Lula, mas isso prova que deixou de apoiá-lo?

 



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Charge reproduzida do Arquivo Google

Carlos Newton

Agora não adianta lamúrias. Um dos maiores jornais do país, pertencente a uma das mais poderosas organizações de comunicação do planeta, cuja produção artística e jornalística é assistida em mais de 100 nações, acaba de proferir sentença irrecorrível: não adianta Lula repetir que não houve corrupção em seus governos. Negar tal evidência é o mesmo que acreditar em Papai Noel, segundo O Globo.

No entanto, a existência da corrupção petista, tida como inegável e divulgada para todos os continentes e por todos os meios de comunicação nos últimos anos, foi agora contestada junto ao TSE pela assessoria jurídico-eleitoral, em nome do agora candidato à Presidência pela quinta vez, Luiz Inácio Lula da Silva.

SE DIZ INOCENTE – O ex-presidiário se diz inocente, apesar das suas nove digitais levantadas no local do crime pelos órgãos de investigação e recebidas como convincentes pelo Poder Judiciário, ao menos em três instâncias, como lembrado, aliás, pelo seu vice Alckmin, sem nenhuma indignação, em 2017: “Lula quer voltar a cena do crime”.

O STF, por sua vez, sem entrar no mérito das denúncias e condenações, entendeu que por incorreção no endereço da Vara Criminal, os processos-crime estariam nulos. Não inocentou Lula de nada, como também foi ressaltado pelo ministro aposentado Marco Aurélio Mello, que não é bolsonarista de carteirinha.

Todavia, o Tribunal Superior Eleitoral, encarregado de assegurar a tranquilidade e a transparência dessas importantes eleições, tem outra visão do assunto.

AVANÇANDO O SINAL – Para surpresa nacional e internacional, O TSE avançou o sinal e procurou garantir a inexistente “inocência” do candidato Lula, proibindo a campanha adversária de nominá-lo de “corrupto” e “ladrão”, por conta dos crimes apurados na operação Lava Jato, aplaudida no mundo inteiro.

O paradoxo é que a propaganda eleitoral do Lula pode afirmar estrondosamente que Bolsonaro é pedófilo, canibal, fascista, genocida, energúmeno e por aí vai, mas a campanha rival não pode usar informações – reais e inquestionáveis – de que Lula é corrupto e propiciou a ocorrência da maior roubalheira de recursos públicos de todos os tempos.

Felizmente, esse equívoco proporcionado pelo ministro Paulo Sanseverino, do TSE, nomeado para o Superior Tribunal de Justiça em 2010, pelo então presidente Lula, acaba de ser anulado por outra integrante da Corte eleitoral, e caberá ao Pleno decidir o que deve prevalecer.

POSIÇÃO DE O GLOBO – Quanto à inusitada manifestação do jornal da família Marinho, reconhecendo Lula como corrupto, foi inserida em um artigo que tinha como principal objetivo criticar o fato de o ex-juiz da Lava Jato, agora senador eleito Sérgio Moro, supostamente ter subsidiado o candidato Jair Bolsonaro com algumas informações privilegiadas quando do debate presidencial promovido pela Band e que foi um verdadeiro sucesso, pois Lula, inesperadamente, acabou sendo nocauteado.

Engraçado, durante a operação Lava Jato, a Globo recebeu com absoluta exclusividade as principais e mais devastadoras informações sobre todos os investigados e denunciados pelos mais diversos crimes contra o patrimônio púbico.

Porém, depois que o ex-juiz passou a ser perseguido pelo petismo, o jornal trocou de lado e pretende que Sérgio Moto entre para um convento e deixe de ter opiniões sobre o que é melhor ou menos pior para o Brasil.

ESCREVEU O GLOBO – De qualquer forma, o jornal dos irmãos Marinho prestou inestimável contribuição ao Estado Democrático de Direito ao advertir a quem interessar possa:

“Querer crer que não existiu corrupção nos governos petistas e que as acusações contra Lula resultaram apenas da parcialidade de um juiz, como alega equivocadamente o candidato do PT, é o mesmo que acreditar em Papai Noel. Tanto existiu que bilhões que escoaram pelos dutos da roubalheira desenfreada foram devolvidos aos cofres públicos pelos réus confessos”.

Com esse editorial, a família Marinho demonstrou que não está à venda. Lutará pela renovação das outorgas de seus canais de televisão pelos próximos 15 anos, pouco se preocupando se quem vai decidir será Bolsonaro ou Lula. Para a Globo, restou claro que a propaganda do PT e a inocência pregada por Lula valem menos que uma nota de três reais.

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