terça-feira, 1 de setembro de 2020

Para substituir Guedes, representante dos bancos, é melhor nomear Meirelles, um banqueiro de verdade


TRIBUNA DA INTERNET | Meirelles, candidato à sucessão, será protagonista do programa do PSD na TV
Henrique Meirelles exibe o tamanho da divida pública
Carlos Newton
O presidente Jair Bolsonaro tem um maneira peculiar de encarar a responsabilidade com as contas públicas. Com seu conhecimento de macroeconomia é igual a zero, ele só tem preocupação com o teto dos gastos porque os generais que habitam o Planalto na ala militar e o próprio ministro da Economia, Paulo Guedes, falaram sério e o aconselharam a não repetir as pedaladas de Dilma Rousseff e Guido Mantega, porque se arriscaria a também responder a processo de impeachment.
Bolsonaro captou a mensagem de seu professor Raimundo, mas seguiu em frente com aquelas decisões demagógicas que caracterizam um mandato sem metas nem planejamento.
DÍVIDA SEM FREIO – O fato concreto é que a dívida pública bruta do governo chegou a 86,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em julho, somando novo volume recorde de R$ 6,210 trilhões, conforme dados divulgados pelo Banco Central nesta segunda-feira (31/08). Em junho, esse percentual era de 85,5% do PIB, e o aumento mensal de 1% continua refletindo o crescimento expressivo nos gastos públicos em medidas para o combate ao novo coronavírus.
A dívida bruta já ultrapassa em R$ 710 bilhões o total registrado em dezembro de 2019, quando o endividamento somou 75,8% do PIB, já muito acima da média suportável calculada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para economias emergentes, que é em torno de 50%, e isso ajuda a aumentar a desconfiança sobre a capacidade do governo em controlar as despesas públicas em 2021, porque a única meta fiscal que vai valer no próximo ano é a do teto de gastos.
GRAÇAS À PANDEMIA – Bolsonaro é como o Gastão, primo sortudo do Pato Donald, porque até mesmo quando as coisas dão errado, acabam sendo positivas para ele. Basta lembrar que o governo já estava sufocado economicamente quando surgiu a pandemia.
Em consequência do coronavírus, o Congresso lhe deu uma licença extraordinária para extrapolar os casos. Ou seja, Bolsonaro já estava nocauteado financeiramente quando ganhou a autorização para gastar acima da cota fixada  no governo por Henrique Meirelles com apoio do Congresso.
Assim, o projeto do Orçamento do ano que vem permite uma meta fiscal flexível. A previsão inicial era de um rombo de R$ 149 bilhões, já passou para R$ 453,7 bilhões, e o céu é o limite.
NA CORDA BAMBA – Todos sabem que o ministro da Economia, Paulo Guedes, está na corda bamba, até porque o presidente da República faz questão de deixar isso bem claro – estupidamente claro, digamos.
Assim, o país chega novamente a um impasse em sua gestão econômico-financeira. Ou Bolsonaro nomeia Henrique Meirelles e passa a levar a sério a economia, ou escolhe outro general intendente, do tipo Eduardo Pazzuello, e deixa a vida nos levar.

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