sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Acabou o pacto entre os Poderes e Gilmar, Toffoli e Flávio Bolsonaro serão investigados


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Charge do Luscar (arquivo Google)
Carlos Newton
O grande Abraham Lincoln dizia que “pode-se enganar a todos por algum tempo; pode-se enganar alguns por todo o tempo; mas não se pode enganar a todos por todo o tempo”. É exatamente o que está acontecendo no Supremo Tribunal Federal com seu presidente Dias Toffoli. Atuando como se fosse o boneco do ventríloquo Gilmar Mendes, o mais jovem ministro do STF vinha enganando a muita gente. Mas agora as coisas mudaram e os dois não vão mais enganar ninguém no Supremo.
Para garantir a libertação do amigo Lula da Silva, Lewandowski se deixou enganar no caso da prisão após segunda instância. Outros três ministros seguiram pelo mesmo caminho, ao se julgarem “garantistas” da Constituição e defensores da presunção de inocência até o trânsito em julgado. Estavam momentaneamente cegos pelos faróis de neblina empunhados por Gilmar e Toffoli.
TUDO MUDOU – É claro que o ventríloquo Gilmar e o boneco Toffoli não iriam enganar mais ninguém, depois do quase fracasso do golpe pelo fim da prisão após segunda instância. Recorde-se que ao final da votação as coisas começaram a desandar e Toffoli teve de encerrar a sessão antes da hora, sem deixar Rosa Weber concluir o voto, o que obrigaria a haver uma segunda rodada de votação para saber se o trânsito em julgado se esgotaria logo após condenação no Superior Tribunal de Justiça, circunstância que impediria a libertação de Lula.
Três semanas depois, o Carnaval ainda não chegou, porém o aumento da pressão no Supremo arrancou prematuramente as máscaras de Gilmar e Toffoli, que tentavam concluir com chave de ouro a manobra que asseguraria a impunidade das elites “per secula seculorum”, como dizem os juristas.
ROSA WEBER ACORDOU – No terceiro dia de votação, desabou o castelo de cartas dos ilusionistas Gilmar e Toffoli, porque desta vez a ministra Rosa Weber não se deixou enganar e votou contra a blindagem dos corruptos, lavadores de dinheiro e sonegadores.
A derrota já vinha sendo pressentida e Toffoli até mudou seu voto, deixando de fora da blindagem os investigados pelo antigo Coaf (hoje, Unidade de Inteligência Financeira) e pelo Banco Central.
Ou seja, entregou aos leões o senador Flávio Bolsonaro e o ex-assessor Fabricio Queiroz, passando a se contentar apenas com a blindagem da Receita. O ministro Toffoli agiu assim, porque isso impediria o prosseguimento das investigações sobre ele próprio, seu amigo Gilmar e as respectivas esposas, todos apanhados na malha fina dos auditores fiscais, que selecionaram 134 grandes sonegadores em meio a 800 mil contribuintes.
FALTA UM VOTO – Cinco ministros já votaram contra Toffoli e Gilmar – Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Lui Fux. Falta apenas um voto, de Cármen Lúcia, a próxima a votar, para permitir que Toffoli, Gilmar e as mulheres sejam investigadas.
Depois, já com a partida ganha, enfim votarão Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello e o decano Celso de Mello. Desses quatro, Toffoli só conta com o apoio de Gilmar. Os outros três vão votar de acordo com suas consciências e o placar final pode ser 7 a 4, 8 a 3 ou 9 a 2.
Seja qual for o resultado, o mais importante é que Gilmar Mendes e Dias Toffoli estarão desmoralizados para sempre, a ditadura do Supremo será demolida e o imundo pacto entre os três Poderes também irá para o espaço.

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